Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
20 Minutos

‘Rússia está ganhando guerra’, diz Pedro Paulo Rezende

Encaminhar Enviar por e-mail

Especialista em defesa analisou táticas ofensivas russas e ocidentais, afirmando que objetivo de Washington é ‘guerra sem fim’; veja vídeo na íntegra

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2022-05-12T19:30:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

No programa 20 MINUTOS INTERNACIONAL desta quinta-feira (12/05), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, entrevistou Pedro Paulo Rezende, editor do site Arsenal sobre a guerra na Ucrânia.

“Ao contrário do que mostra a mídia Ocidental, a Rússia está ganhando a guerra. Mas na guerra midiática, parece que é a Ucrânia”, começou frisando o especialista. Ele elogiou a ofensiva russa do ponto de vista militar. 

Segundo o jornalista especialista em defesa, alta tecnologia e relações internacionais, Moscou “está fazendo uma guerra no seu estilo, não no estilo norte-americano de bombardeios e destruição massiva, a Rússia está se contendo”.

Com quase 90 dias de conflito, foram registradas cerca de duas mil mortes de civis, “o que é horroroso do ponto de vista humano, mas em termos de conflito, é muito pouco, há uma preocupação séria por perdas civis”.

O problema, porém, é que “o objetivo de Washington não é terminar a guerra”: “os EUA queriam a guerra, era interessante para eles esvair a Rússia, testar novos equipamentos, movimentar sua indústria militar”.

Por isso, Rezende avaliou que as negociações foram paralisadas por causa da promessa do Ocidente de continuar fornecendo armas à Ucrânia, o que estimula o país a seguir no conflito, mesmo que “esse equipamento não chegue à linha de frente porque é neutralizado por Moscou antes”.

Como resultado, o mundo está vendo a quebra da hegemonia militar dos EUA, de acordo com o especialista, reestabelecendo a situação da Guerra Fria com dois blocos com equivalência militar e inclusive fortalecendo a Rússia.

“Putin não se verá desestabilizado nem por um possível prolongamento da guerra e das sanções. A população geral está vivendo uma vida normal porque está ocorrendo um processo de substituição das importações. Na verdade é a Europa quem mais está sentindo os efeitos das sanções, não a Rússia”, destacou.

Estratégia russa

Para além de avaliar o conflito do ponto de vista geopolítico, Rezende refletiu sobre a estratégia militar russa. Apesar de reconhecer a superioridade de Moscou, apontou para alguns equívocos que foram cometidos.

Reprodução
Para Rezende, Moscou está fazendo uma 'guerra no seu estilo'

Por exemplo, o especialista afirmou que a Rússia subestimou as forças militares da Ucrânia que, desde 2014, vêm sendo armadas e treinadas pelo Ocidente, “isso só não fez tanta diferença porque os objetivos de Putin eram menos exigentes, ele começou sua operação já com um número insuficiente de tropas. O ponto grave que a Rússia não avaliou bem foi a penetração das ideias neonazistas nas Forças Armadas e no exército regular ucraniano”.

Rezende também ponderou que o excesso de preocupação por perdas civis pode estar alongando o conflito, já que as forças russas poderiam ter se centrado em Kiev e eliminado a liderança ucraniana.

“Levantar o cerco a Kiev foi um erro diplomático. Foi uma concessão que fizeram à Ucrânia, de levantar o cerco para retomar as discussões de paz, mas não deveriam tê-lo feito porque estavam segurando ali as tropas ucranianas. Mesmo assim, ainda controlam o leste, o sudeste e o sul do país”, enfatizou.

Já que Kiev foi “perdida”, como defendeu o especialista, ele explicou que a estratégia de Putin a partir de agora não deve ser retomar a capital. Até porque, ele precisaria de mais tropas e, se o fizesse, não conseguiria preservar a estrutura civil ucraniana — “enquanto os próprios ucranianos a estão destruindo” —, como vem tentando. “Aliás, vale lembrar que essa guerra começou em 2014 e a Rússia já poderia ter intervindo, mas não o fez”, lembrou.

Para ele, Moscou deve se centrar em dois pontos: o primeiro, dominar Kramatorsk e Kharkiv, na região nordeste da Ucrânia, onde se encontram os maiores arsenais da época da URSS no país. O segundo, dominar a região de Odessa, “onde há uma maioria pró-russa e as tropas seriam muito bem-vindas”, para cortar totalmente o acesso da Ucrânia ao Mar Negro.

“Não precisam mais se concentrar em Kiev, apenas eliminar as tropas e controlar essa ‘ferradura’. Mesmo porque a Rússia mostrou que tem uma boa fonte de informações dentro da Ucrânia, com ataques de precisão, poderia estar atacando a administração ucraniana, mas não o está fazendo. Não é mais o objetivo”, concluiu.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

Encaminhar Enviar por e-mail

'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados