No programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (27/07), o apresentador Haroldo Ceravolo Sereza conversou com Bruno Paes Manso, jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).
A entrevista tratou dos avanços das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, crime ocorrido em março de 2018. Recentemente, o ministro da Justiça, divulgou novas informações sobre o caso, surgidas a partir da delação de um dos seus autores, o ex-policial militar Élcio Queiróz.
Segundo Paes Manso, as revelações trazidas por Dino esta semana são um avanço significativo na busca pela elucidação do crime.
“Após cinco anos, ainda é preciso saber quem mandou matar (Marielle) e por quê, mas nos últimos dois anos essa investigação vinha em banho maria, principalmente depois que o Cláudio Castro assumiu o governo do Rio de Janeiro e houve uma série de mudanças dos delegados responsáveis pela investigação. Quando a Polícia Federal passou a fazer parte das investigações, havia uma expectativa de que houvesse um avanço importante, que se concretizou com a delação do Élcio Queiróz”, contou o jornalista.
Reprodução
Bruno Paes Manso
Sobre as medidas adotadas pelo Governo Lula de combater ao poder das milícias, Paes Manso acredita que ainda não houve uma medida federal que vise dar mais prioridade ao tema.
“Para se pensar em uma política para combater o crime organizado é preciso pensar, por exemplo, na questão do sistema penitenciário. A gente viu o ministro Sílvio Almeida (Direitos Humanos) dizendo que vai visitar os presídios, o que é algo importante, porque eles são o berço e o escritório das facções, e a superlotação acaba fortalecendo o poder dos seus chefes, mas nesses primeiros sete meses o governo priorizou os decretos para tirar as armas de circulação, diminuir a venda de armas, que é um passo fundamental”, comentou o jornalista.