A cientista política Camila Rocha esteve no 20 MINUTOS desta segunda-feira (13/03) para analisar se o bolsonarismo está agonizando.
Em entrevista conduzida por Haroldo Ceravolo Sereza, diretor de redação de Opera Mundi, Rocha abordou o escândalo das joias enviadas pelo governo saudita à Michelle Bolsonaro.
“Ao longo dos anos, nós fomos vendo como várias coisas aconteciam, vários escândalos estouraram, e isso afetava muito pouco o ânimo das pessoas em continuar apoiando o [Jair] Bolsonaro”, ressaltou a cientista política.
Veja entrevista na íntegra:
Para Rocha, os bolsonaristas “sempre acabam, enfim, pensando em uma narrativa própria” para se “desviar” de críticas.
Ela destaca que há uma espécie de fé entre os eleitores de Bolsonaro, “uma crença”, que faz com que achem que “ele e outros políticos bolsonaristas são as únicas que se preocupam de verdade com o país, que podem trazer as mudanças que eles esperam”.
Renato Parada/Divulgação
Para Rocha, bolsonaristas acabam ‘pensando em narrativa própria’ para se ‘desviar’ de críticas
Ainda sobre esta fé, Rocha afirmou que “se você tira aquilo, você deixa ali um vazio que estas pessoas não conseguem preencher com outras coisas”.
Quando perguntada sobre possíveis sucessores de Bolsonaro, uma vez que o ex-presidente está fora do país há dois meses e pode se tornar inelegível, disse que Michelle Bolsonaro se apresenta como “uma possível herdeira”.
“É claro que o bolsonarismo vai passar por transformações, a própria Michelle se porta de forma diferente. A comunicação [dela] é diferente, as pautas são as mesmas”, afirmou a cientista política.