No programa 20 MINUTOS desta sexta-feira (26/05), a presidente da presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a bióloga Mercedes Bustamante, falou sobre as novas políticas brasileiras para os setores da educação e de ciência e tecnologia desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista com a editora de Opera Mundi, Fernanda Forgerini, Mercedes enfatizou o desafio do novo governo de reverter o caos deixado em ambas as pastas pelo governo anterior, do ex-militar de extrema direita Jair Bolsonaro.
Segundo a bióloga, “esses processos de desconstrução que nós vivenciamos [no governo anterior], eles foram extremamente duros, porque reconstruir é sempre mais difícil que construir, e hoje nós temos esse desafio de tentar recuperar aquilo que foi desconstruído, e sobretudo de voltar a ganhar a confiança da comunidade científica”.
“O que a gente precisa para trabalhar bem, quando se tem esses processos de médio a longo prazo, é estabilidade, é saber que as condições vão estar dadas em todo aquele período que está associado à formação acadêmica de um jovem pesquisador”, comentou Mercedes.
A presidente da Capes destacou a importância do reajuste e recomposição das bolsas de estudos para pesquisa e formação de professores, promovidos pelo governo Lula logo nos primeiros meses do seu novo mandato.
“Foi um grande sinal que precisava ser dado, tanto que esteve entre as ações dos primeiros 100 dias de governo, porque essas bolsas são essenciais para a manutenção do sistema nacional de pós-graduação, para manutenção da atividade da pós-graduação, para correção de assimetrias de vulnerabilidade, porque permite que alguns alunos de camadas sócio-econômicas menos privilegiadas possam continuar na pós-graduação. Esse reajuste não recuperou totalmente a defasagem que nós tínhamos, mas deu uma certa folga para os nossos discentes, o que era muito importante”, contou a bióloga.
Mercedes também concorda que, com o governo de Lula, não só a educação mas também a ciência voltou a ter maior prioridade dentro das políticas públicas do Estado brasileiro.
“Dentro do processo de desconstrução da gestão passada foram seguidas duas linhas. Além da desconstrução no sentido dos recursos disponíveis, houve aquela desconstrução no sentido da retórica, pelo ataque a pesquisadores, pelo ataque às instituições, pelo ataque à função da ciência na condução de debates importantes, como na área da saúde e na área do meio ambiente. E hoje [no governo Lula] a gente vê que as universidades tiveram uma recuperação do seu orçamento, a CAPES teve uma recuperação do orçamento, o CNPq agora tem mais estabilidade, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) também foi recuperado, que é uma fonte importante de recursos que irriga o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, e também vemos uma aproximação do governo com nomes importantes da área da ciência, como a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que foi presidente da Fiocruz”, analisou a acadêmica.