Nesta segunda-feira (10/07), o programa 20 MINUTOS tratou do panorama político enfrentado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional, razão pela qual o entrevistado desta edição foi o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
O principal tema do debate conduzido pelo jornalista Haroldo Ceravolo Sereza foi a influência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) sobre o chamado “Centrão” e como o governo tem lidado com essa situação.
Segundo Valente, Lira continua tendo muito poder na câmara baixa, “apesar de estar enfraquecido pelas denúncias de corrupção, que são gravíssimas e que envolvem a prisão do principal assessor dele, a lista que mostra pagamentos feitos a ele, e que está com a Polícia Federal, o que realmente cria uma instabilidade”.
Sobre como a imagem de Lira foi afetada depois da aprovação da reforma tributária, o deputado do PSOL afirmou que o atual presidente da Câmara é mais hábil para lidar com derrotas que Eduardo Cunha, que ocupou esse posto também devido à sua influência sobre o Centrão, mas que acabou preso por cassado e corrupção.
“O Lira está cercado de aliados grandes, mas também de ambições grandes. Ele costurou uma rede de lealdades através do orçamento secreto, de uma certa truculência e digo mais: do uso abusivo do infoleg parlamentar, que é uma herança maldita do período da pandemia”, comentou Valente.
“O Lira está cercado de aliados grandes, mas também de ambições grandes. Ele costurou uma rede de lealdades através do orçamento secreto, de uma certa truculência e digo mais: do uso abusivo do infoleg parlamentar, que é uma herança maldita do período da pandemia”, comentou Valente.
O deputado também ressaltou que o Governo Lula começou “com uma grande vitória, que foi tirar o Bolsonaro”.
“O que estaríamos vivendo se tivéssemos que encarar mais quatro anos de Bolsonaro? Eles iriam aumentar o número de membros deles no STF e partir para um esquema de perpetuação no poder, de restrição de liberdades, e isso foi quebrado. O fisiologismo e o clientelismo que sempre houve, hoje se bolsonarizou”, frisou.
Valente também disse que “a fotografia do Lira ao lado do Lula e de todos os líderes dos partidos do Centrão depois da reforma tributária é o retrato do isolamento do Bolsonaro. Ao mesmo tempo, se você se perguntar se aqueles caras da foto vão bater palmas para todos os projetos do governo, a resposta é ‘não’. Eles só vão bater palmas para aquilo que lhes interessa”.