Nesta terça-feira (25/07), o programa 20 MINUTOS conversou com a estudante Manuella Mirella, que foi eleita há 16 dias a nova presidente da União Nacional dos Estudantes.
Em entrevista ao apresentador Haroldo Ceravolo Sereza, a jovem pernambucana falou da “necessidade da organização dos estudantes para assuntos que são fundamentais para a reconstrução do Brasil, como a aprovação da lei que cria o Plano Nacional de Assistência Estudantil, para que esta vire uma política de Estado, a renovação da lei de cotas e também visitar as entidades estudantis em todo o país para debater uma reforma universitária”.
“O último governo colocou os estudantes e a universidade como o seu principal inimigo, e nós resistimos. A UNE, junto com as entidades estudantis e os movimentos sociais, colocou os estudantes nas ruas contra os ataques do governo Bolsonaro, e o derrotamos. Agora, acredito que essa unidade do movimento estudantil, diante de um governo democrático, onde podemos propor qual é a universidade que queremos, e o Brasil que queremos, nos obrigou a sair do último congresso com uma posição: nós queremos mais”, ressaltou Mirella.
A presidente da UNE recordou algumas demandas que a organização passou a defender este ano, e que enfatizou em seu congresso, citando “a luta para que a gente consiga baixar os juros, porque o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo, o que influencia também a vida dos estudantes. Por exemplo, os estudantes do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) que acabam tendo que pagar quase o dobro devido a essa taxa atual”.
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Mirella foi eleita presidente da UNE no último congresso da entidade, no dia 16 de julho
Sobre a polêmica participação no Congresso da UNE do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, que acabou sendo vaiado durante seu discurso, Mirella comentou que “a abertura foi marcada por um ato em defesa da democracia, o congresso abre com esse formato, também estavam presentes do ministro Flávio Dino, o deputado Orlando Silva e muitas outras figuras”.
“Desde o retorno da democracia no Brasil, a UNE não havia conseguido reunir amplos setores da sociedade, incluindo ministros, deputados, magistrados estudantes de Norte a Sul do Brasil, a família do nosso eterno presidente Honestino Guimarães, que desapareceu durante a ditadura, em um ato em favor da democracia. Por isso acho importante que todas essas figuras se manifestem para defender a democracia e o povo brasileiro, ressaltou a líder estudantil.