Perto de completar um ano da ofensiva russa contra a Ucrânia, o jornalista Breno Altman conversou nesta quarta-feira (22/02) com Rogério Anitablian durante o programa 20 MINUTOS.
No dia 24 de fevereiro de 2022 teve início a operação militar da Rússia contra a nação vizinha e, até o momento, poucos sinais de que o desfecho esteja próximo.
Para Anitablian, a guerra na Ucrânia se alongou pois, no começo da ofensiva, as partes “depositaram recursos” para que seus “objetivos fossem alcançados”, entrando em uma “espiral”. No entanto, o jornalista defende que, hoje, é uma “guerra entre a Rússia e a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”.
“Se olharmos friamente o mapa, e a situação anterior ao 24 de fevereiro do ano passado com agora, verificamos que a Rússia fez ganhos territoriais para além, inclusive, de Lugansk e Donetsk. […] Claramente, se olharmos por essa égide, os russos têm um vantagem. Por outro lado, nós estamos desde outubro do ano passado sem que grandes conquistas territoriais sejam feitas. Há um certo impasse”, disse.
Na visão de Anitablian, a melhor solução para o fim da guerra seria uma negociação “que contemple os interesses das partes”. Segundo ele, Brasil, China, Índia e outros atores podem ter um “papel importante” nessa etapa.
“É preciso tomar cuidado para não criar uma barreira em relação aos russo. As pressões existem e são enormes, e é necessária muita cautela de que, por exemplo, o Brasil não tenha lado, pois isso poderia perder a credencial de mediador”, afirmou ele, declarando que o governo brasileiro ser mediador deve ser “muito bem encaminhado para não parecer um alinhamento com as teses da Otan com uma nova roupagem”.