O historiador Jones Manoel foi o convidado de Breno Altman para o programa 20 MINUTOS desta terça-feira (27/06).
A conversa desta terça faz parte da série de entrevistas com autores do livro Junho 2013: a rebelião fantasma, que está sendo lançado pela editora Boitempo, organizado por Maria Caramez Carlotto e o fundador de Opera Mundi, Breno Altman,
O livro traz um prólogo histórico da ex-presidente Dilma Rousseff e artigos de 10 ensaístas, com os mais diferentes pontos de vista sobre os acontecimentos daquela época.
Historiador e educador popular, Manoel tem um artigo na obra: ‘A guerra híbrida: o leninismo contra a idealização da conspiração’. O texto dele refuta a tese de que junho de 2013 teria sido uma “operação de guerra híbrida”. Segundo ele, há três elementos principais sobre o artigo.
O primeiro: o termo “guerra híbrida” no Brasil seria “deseducador”, já que, ainda segundo Manoel, ele parte de um “princípio de que a ação do imperialismo não é algo orgânico”. [O termo] tenta pensar o imperialismo só como uma conspiração em momentos episódicos”, disse.
Já o segundo elemento vai na direção de “ignorar” que “guerra híbrida” pode “empobrecer as leituras das contradições e disputas da sociedade”. E, por fim, Manoel defende que termo coloca o governo em “lugar de vítima”: “quando se coloca que fomos manipulados pelo imperialismo, você não precisa debater sua ação política, erros, acertos, táticas e estratégia”.
Mas, afinal, o que foi junho de 2013 para o historiador? Para ele, o episódio foi uma “explosão de massas”. “Com todas as características da espontaneidade, quando milhares entram na política, e que traz reacionarismo, confusão, senso comum, noções bizarras que circulam no cotidiano das pessoas”, disse.
Manoel acredita que as jornadas de 10 anos atrás foram um movimento que “nasce progressista e se torna reacionário ao final porque nós perdemos a disputa”.