O programa 20 MINUTOS desta sexta-feira (23/06) recebeu a deputada estadual integrante do mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL, Paula Nunes.
Nunes é advogada especialista em direito penal econômico pela Universidade de Coimbra e pela FGV/SP, além de ser ativista da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo e do movimento de juventude Afronte!, tendo sido covereadora com a Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo de 2021 a 2023.
A entrevista do programa desta sexta assina um dos artigos do livro 2013 – A rebelião fantasma, organizado por Maria Caramez Carlotto e Breno Altman, recentemente publicado pela editora Boitempo.
Segundo ela, os levantes sociais que aconteceram há dez anos foram suas primeira grande experiência no quesito manifestações e participação política.
Twitter/Paula Nunes da Bancada Feminista
Deputada estadual Paula Nunes foi a convidada do 20 MINUTOS desta sexta-feira (23/06)
“Quando junho de 2013 chegou, eu era estudante de direito da graduação, onde eu tive meu primeiro contato com os movimentos sociais. Há poucos meses eu havia me organizado politicamente, então foi uma experiência completamente nova. Foi marcante não apenas porque foi a última grande experiência política dos últimos 30 anos no Brasil, mas porque para minha geração foi um marco muito grande”, lembra.
No texto intitulado Sobre junho de 2013 e o movimento negro brasileiro contemporâneo, Nunes afirma que analisou a participação de pessoas negras e do movimento negro organizado em junho de 2013.
“Respondendo a pergunta da entrevista, o movimento negro organizado esteve presente em junho de 2013, como também pessoas negras”, que eram grande parte do perfil de pessoas nas manifestações na época.
A deputada conta a importância de estudar a presença do movimento nos levantes uma vez que “no fatídico dia de 20 de junho, em que muitos de nós fomos expulsos do ato por estar com bandeiras vermelhas, também foi a data que a bandeira da Uneafro, um cursinho popular do movimento negro, foi queimada na rua”.
Perguntas como “qual foi a contribuição do movimento negro e o saldo do movimento para as manifestações” foram guias de Nunes para a redação do artigo, uma vez que o contexto dos levantes para a população negra englobava algumas conquistas dos últimos anos, como a primeira geração de pessoas que chegaram às universidades por meio das cotas raciais, pela criação da Secretaria de Igualdade Racial, e também do Estatuto de Igualdade Racial.