Há 59 anos, no dia 31 de março de 1964, as Forças Armadas derrubavam o presidente constitucional do Brasil, João Goulart, e estabeleciam uma ditadura militar que iria perdurar até 1985. Para comentar sobre, a convidada do 20 MINUTOS foi a historiadora Marly Vianna.
Comandado por Breno Altman, a conversa tocou em diversos temas com relação às razões que levaram os militares ao golpe de 1964, ao regime que perdurou por 21 anos e suas consequências.
Durantes esses 21 anos, marcados pelo terror de Estado, mais de 500 brasileiros e brasileiras, lutadores da resistência, foram assassinados. Milhares foram presos e torturados. Outros tantos foram obrigados a viver no exílio e na clandestinidade.
Para Vianna, as razões que levaram a burguesia brasileira e Forças Armadas ao golpe foi por conta da falta de compreensão do que é a classe dominante do Brasil.
“Ao meu ver, esse golpe de 1964 vem sendo tramado desde 1930. Mas, antes, gostaria de relembrar que houveram outras tentativas de golpes que não deram certo”, disse.
A doutora em história social afirmou que a derrubada de João Goulart foi no sentido de “brecar as conquistas trabalhistas”. “Veja hoje a que chegamos: a informalidade absoluta, a ‘uberização’ de tudo. Essa ideia de precarizar, acabar com os sindicatos e minimizar a esquerda era a ideia. Achando que isso poderia ser feito depondo o Jango”, disse.
Partindo das consequências do regime militar, Vianna acredita que seguimos “repetindo coisas do passado” por “nunca termos enfrentado um discussão séria” sobre a sociedade brasileira, economia, erros e acertos.
“Por que que sempre erramos? Ser derrotado não significa que você estava errado. E temos que discutir isso criticamente. Sem a unidade das esquerdas vamos continuar repetindo muitos dos erros que já tivemos”, afirmou a especialista.
Arquivo pessoal
Marly