Nesta segunda-feira (13/02), o programa 20 MINUTOS recebeu Rudá Ricci, Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (Unicamp) e presidente do Instituto Cultiva, além de consultor do de diversas entidades vinculadas ao setor educacional.
O apresentador Breno Altman conversou com o convidado justamente sobre esse tema: o que esperar das políticas públicas deste terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva em matéria do educação.
Segundo Ricci, o Ministério da Educação, comandado por Camilo Santana (ministro) e Izolda Cela (secretária executiva) “é o ministério mais conservador do atual Governo Lula”.
“É o ministério [do atual governo] que possui mais dessa concepção de empresa, de mercado.Porque não é só o ministro, todos os cargos da secretaria nacional, com talvez duas exceções, foram entregues a pessoas cujo currículo está voltado a essa concepção”, comentou o cientista social.
Unesp
Rudá Ricci considera que o Ministério da Educação é o mais conservador do atual governo de Lula
O convidado também lembrou que Santana e Cela trabalharam juntos no governo estadual do Ceará [como governador e vice, respectivamente] e estão ligados ao chamado Projeto Sobral.
“O Projeto Sobral é um pool de entidades privadas, incluindo Fundação Lemann, incluindo bancos, incluindo Todos Pela Educação [ONG também ligada a Lemann], que foram contratadas para criar vários projetos naquele município [Sobral, no interior do Ceará]. Então, [copiar o modelo de Sobral] é como se você privatizasse o conteúdo estratégico da educação pública”, afirmou Ricci.
O especialista em políticas para a educação também criticou os anteriores governos petistas [de Dilma Rousseff e os primeiros mandatos de Lula] por considerar que “eles estavam priorizando muito o direito individual [à educação] e não no direito coletivo”.
“Eles não mudaram o currículo como nós esperávamos, não pensaram em projetos de educação para a ação coletiva e solidária, não transformaram o método de diálogo na sala de aula, e de construção do conhecimento. Mas eles deram espaço ao acesso, portanto, promoveram a educação como um direito”, explicou.