A convidada do programa 20 MINUTOS desta segunda-feira (15/05) foi a militante, professora, editora do Esquerda Diário e membra do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), Letícia Parks.
No programa desta segunda, apresentado pelo jornalista Haroldo Ceravolo Sereza, chefe de redação de Opera Mundi, Parks conversou sobre temáticas como raça e classe dentro do contexto brasileiro, sob a questão “há saída?”.
A entrevista começa com um balanço dos efeitos da abolição da escravidão negra no Brasil, 135 anos depois. A principal questão abordada pela professora foi que não houve “nenhum tipo de processo para buscar garantir condições mínimas de sobrevivência para a população negra no Brasil hoje”.
A militante destaca, também: “ter esse panorama histórico, do processo pelo qual passaram as massas negras no Brasil, e atual condição de vida da população negra, é muito importante para pensarmos nos desafios da nossa geração”.
Ainda sobre a luta abolicionista, Parks lembra que o fim da escravidão é resultado da luta negra por liberdade. “[A abolição] não foi presente de ninguém”.
Quando questionada quanto ao papel da raça na manutenção do sistema econômico capitalista brasileiro, a professora usa como exemplo disso a terceirização do trabalho, apontando que o perfil de quem o exerce é muito “visível”, em um regime que classifica como precário.
“A terceirização, hoje, é um trabalho esmagadoramente negro e feminino”, apontou. Para explicar a dinâmica em que se dão esses empregos, ainda disse que “são trabalhadores que moram em locais mais distantes, têm mais dificuldades para chegar ao trabalho, para se locomover, e é, principalmente, um mecanismo para pagar salários muito menores”.
Ao fim da entrevista, Parks afirma que há, sim, saída para o Brasil. A militante acredita que a “potência explosiva e criativa” vive no sangue brasileiro, e que é apenas uma questão de apostar em tendências internacionais de uma dinâmica de luta de classes, unificando movimentos identitários e a luta trabalhadora.