O programa 20 MINUTOS recebeu nesta quinta-feira (06/04) a antropóloga e professora universitária Jacqueline Muniz para uma análise sobre segurança pública no governo Lula.
A conversa entre o jornalista Breno Altman e Muniz começou com a antropóloga olhando para os ataques recentes em escolas brasileiras. Para ela, há um problema de segurança pública, ao mesmo tempo que é um problema, na verdade, de insegurança.
“Nós temos um problema da aleatoriedade desses casos pois quase sempre as soluções são autoritárias. Independente do problema, no caso brasileiro, a solução já está pronta. E todas as soluções são de confinamento, de destruições de direitos e não de garantia da mobilidade. Então é colocar monitoramento, guarda armado dentro de escola. E a pergunta é o que que isso responde ao caso que é evidente que aquele indivíduo tem problema psíquico?”, disse.
Veja entrevista na íntegra:
Segundo a especialista, o efeito repressivo e efetivo do endurecimento penal não resolvem esses casos, pois, para ela, o efeito desses episódio é midiático, de “produzir publicidade do terror”.
Questionada por Altman sobre o crescimento desse fenômeno ao Brasil, Muniz disse que há, “em partes”, um exagero da luta política ligar ao bolsonarismo. No entanto, ela defendeu que foi o próprio bolsonarismo quem “soube aparelhar o regime do medo”.
“A insegurança é a síntese de todos os medos. Por isso o aparelhamento da insegurança que o bolsonarismo fez tem elevado a rentabilidade política eleitoral. Por que? Porque quando você agrava o medo, encolhe a percepção de coesão, solidariedade e cooperação. Vira um egoísmo predatório e individualista”, afirmou Munis, apontando que isso é um “projeto de poder”.
Em relação ao governo Lula, Muniz disse que o presidente pegou uma gestão abandonada que precisa “de novo colocar os alicerces e subir as paredes”. De acordo com a especialista, o petista está tendo que “desarmar bombas” deixadas no país.