– A Internacional Socialista realizou encontro de dois dias em Santo Domingo e aprovou resolução que reconhece legitimidade da Assembleia Nacional da Venezuela. O encontro fez também apelo para que sejam realizadas novas eleições no país. Participante do encontro, o premiê espanhol Pedro Sánchez se referiu a Nicolás Maduro como “tirano” e disse que socialistas nunca podem se opor aos clamores populares por “liberdade”.
– Sobre as novas sanções norte americanas à Venezuela, com a retenção de dividendos do petróleo comercializados pelo país, houve pronunciamento por parte do porta-voz do Kremlim, Dmitry Peskov: “intervenção aberta nos assuntos internos da Venezuela” e um caso de “competição ilegal”. O chanceler russo, Lavrov, acrescentou: “violam todas as possíveis normas internacionais”. A China também se pronunciou. Segundo Gent Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, “a experiência histórica mostra que as interferências externas ou sanções apenas complicarão e não devem ajudar a resolver problemas práticos. (…) o país em questão (EUA) deve ser considerado responsável pelas graves consequências”.
– O “caso Venezuela” tornou-se o palco do duelo de titãs entre EUA, Rússia e China. As novas sanções americanas podem custar cerca de 11 bilhões de dólares fruto da exportação de petróleo. Rússia e China tem créditos a receber da Venezuela, o que pode ser inviabilizado com a medida de Trump. Em entrevista na Fox News, John Bolton disse: “faria uma grande diferença se pudéssemos ter companhias americanas produzindo petróleo na Venezuela. Seria bom para a Venezuela e para o povo americano”.
– As novas sanções econômicas dos EUA contra o governo de Maduro vieram acompanhadas de uma autorização para que o autoproclamado líder e presidente venezuelano, Juan Guaidó, movimente contas do Estado venezuelano em bancos americanos. Sem esconder o golpismo, o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Palladino, manifestou: “esta certificação ajudará o governo legítimo da Venezuela a salvaguardar estes ativos para benefício do povo venezuelano”.
– Uma foto de John Bolton com um bloco de notas nas mãos, em que se lia “5000 tropas para a Colômbia” circulou ontem na internet e abriu margem para especulações sobre uma possível intervenção militar, via Colômbia, na Venezuela.
– Enquanto isso, na Venezuela o procurador-geral Tarek William Saab solicitou ao TSJ que abra uma investigação prelimitar sobre Juan Guaidó como responsável por diversas ocorrências violentas nas últimas manifestações no país e por ajuda a países estrangeiros para interferir em assuntos internos da Venezuela. Guaidó também teve seus bens e contas congeladas e está impedido de sair do país. O oposicionista está convocando para hoje protestos nas ruas da Venezuela com a clara intenção de pressionar as Forças Armadas para um apoio à derrubada do governo.
– Maduro anunciou a criação de 50 mil unidades populares de defesa, em complemento à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). Serão organizadas em bairros, povoados, cidades e vilas do país.
– Presidente da Bolívia, Evo Morales, se pronunciou ontem para dizer que as sanções americanas à PDVSA e o sequestro de sua subsidiária nos EUA violam a Carta das Nações Unidas, que reconhece a igualdade e a soberania dos Estados, assim como a livre determinação dos povos.
– Na França, os jalecos amarelos estiveram na porta da Embaixada da Venezuela em Paris para protestar contra a posição do governo francês de apoio ao golpe de Estado em curso na Venezuela.
– Um documento, a Plataforma Cidadã em Defesa da Constituição da Venezuela, circula na internet esta semana. Assinado por ex-ministros venezuelanos, como Héctor Navarro (ex-ministro da Educação, da Ciência e da Energia) e intelectuais como Edgardo Lander, o documento propõe a constituição de um “movimento nacional que promova o diálogo e a realização de um referendo consultivo vinculante” no país. A plataforma defende o fim do golpismo e do “estado paralelo”, garantias de eleições a curto prazo, plano econômico de emergência, lei de anistia, auditoria pública e cidadã da dívida e fim das sanções econômicas internacionais.
– O presidente em exercício, General Mourão, que, aliás, tem se pronunciado bastante sobre a cena internacional, já disse que o Brasil não participaria de uma intervenção na Venezuela e ontem defendeu a criação de um “corredor de escape” para Maduro deixar a Venezuela de forma segura no caso do êxito do golpismo.
– Mourão também se pronunciou em outro tema espinhoso para o Governo Bolsonaro e garantiu ao Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, que o Estado brasileiro não está pensando em mudar a sua embaixada em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém. O vice também já havia garantido ao embaixador palestino que não há ameaça à permanência da embaixada da Palestina em Brasília.
– Theresa May conseguiu liberação do parlamento britânico para renegociar o Brexit com os europeus. Ocorre que estes não estão muito dispostos a renegociar.
– A gigante do 5G, a Huawei, continua no foco das notícias internacionais. Canadá, EUA e China continuam duelando. Os EUA pressionam o Canadá para extraditar a diretora executiva da empresa, Meng Wanzhou, para terras americanas. O senador americano Mark Warner disse que a empresa representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Ontem (29/01), o ministro de relações exteriores da China disse que Beijing irá defender firmemente suas empresas e adverte os EUA a “pararem com o nada razoável ataque às companhias chinesas, incluindo a Huawei”.
– O primeiro-ministro palestino, Rami Al-Hamdallah, anunciou ontem (29/01) sua renúncia ao presidente Mahmoud Abbas. A renúncia ocorre em um momento de aumento da tensão entre o Fatah e o Hamas.
– Em Israel, o ex-general Benny Gantz surge como uma possibilidade real de substituição de Benjamin Netanyahu no poder. As eleições legislativas estão marcadas para 9 de abril. Gantz liderou as tropas israelenses estacionadas no Líbano até 2000 e foi chefe do Estado Maior das Forças Armadas entre 2011 e 2015, período em que se atacou fortemente Gaza. Em seus vídeos eleitorais defende os ataques a Gaza, ao mesmo tempo em que aponta para a retomada das negociações com os palestinos, suspensas há cinco anos. O Likud, partido de Netanyahu o tem acusado de “esquerdista” que está disposto a devolver os territórios ocupados aos palestinos.
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