A ministra da Saúde e Esportes da Bolívia, María Renée Castro, negou nesta segunda-feira (21/11) que a morte de pelo menos 13 pessoas no departamento de Santa Cruz, próximo à fronteira com o Brasil, tenha sido causada por fumaça. Em discurso, afirmou que a verdadeira causa do ocorrido foi a “insolação” combinada a algumas doenças subjacentes que as vítimas tinham:

“Os choques de calor não ocorrem apenas em locais onde há incêndios, mas também quando há uma variação incomum de temperatura”, afirmou Castro.

Ao mostrar dados, a pasta explicou que algumas dessas pessoas sofriam de condições específicas de saúde prévias e algumas estavam em estado alcoólico.

“Pelo que temos visto dentro dos diagnósticos, em geral, o mais comum é a diabetes mellitus. Temos visto alcoolismo de nível de intoxicação não especificado, hipertensão, estado convulsivo e algo que é muito característico da insolação, que é a síndrome febril”, indicou Castro.

Da mesma forma, destacou que em todos foram registrados níveis elevados de desidratação. A autoridade sanitária boliviana ainda anunciou que será realizada uma auditoria desses casos para esclarecer as informações divulgadas sobre a fumaça como causa das mortes.

As mortes ocorrem no contexto em que Santa Cruz registra um Índice de Qualidade do Ar (IQA) em torno de 263, classificado na categoria ‘péssimo’. 

O problema na qualidade do ar na cidade de Santa Cruz vem, de acordo com as autoridades locais, dos efeitos de incêndios que ocorrem ultimamente, principalmente na área de Chiquitanía e no Norte Integrado.

O Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Senamhi) informou no dia que, em pelo menos 15 cidades da região norte, leste e sudeste do país foram registrados recordes de temperatura. Em Santa Cruz, os termômetros chegaram a marcar entre 36°C e 41°C. 

Por fim, a ministra da Saúde e Esportes sugeriu à população evitar frequentar locais com incidência sustentada pela luz solar, além de reforçar a necessidade de se manter constantemente hidratada.

(*) Com Telesur