Diário, eu sou mais pé-frio que o Mickey Jeguer, aquele vocalista dos Ex-Tones. Os três caras que eu apoiei na eleição foram derrotados.
Em Fortaleza, o Capitão Wágner perdeu do candidato do Ciro Gomes. E isso é muito triste, porque o Wágner é capitão que nem eu, então dói mais ainda. Lá fizeram uma aliança gigante pra derrotar o coitado. Do DEM ao PSOL. E os irmãos Gomes deram as mãos para o Tasso Jereissati. Pô, a esquerda e o centro não podem se juntar. Assim não vale!
Em Belém, o Edmílson, do PSOL, o novo partido queridinho da esquerdalha, derrotou o Delegado Eguchi. Pô, dois anos atrás era só o cara ter “Delegado”, “Major” ou “Capitão” no nome que era eleito. Agora chamar alguém de “Coronel” parece xingamento. Tem que ver isso aí.
E o meu terceiro candidato derrotado foi o Crivella. Desse eu nem quero falar, porque fizeram pó-de-rabiola do sujeito. Trucidaram mesmo. Ele teve só 36% dos votos. O Paes ficou com 64%. E o pior é que só uns 4% gostam do Paes. Os outros 60% votaram nele porque odeiam o Crivella.
Assim a coisa vai mal, Diário, assim a coisa vai mal…
A maioria das vitórias foi do pessoal de centro-direita. Será que eu vou ter que virar um moderado pra ter chance em 2022? E será que eu consigo isso? Difícil, difícil…
Essas eleições também complicaram o tema da campanha da minha reeleição. Como é que eu vou pregar o antipetismo se o PT não ganhou nenhuma capital?
Eu podia usar de novo o discurso anticorrupção. Mas é difícil, porque o Flavinho está entalado na rachadinha. E ainda tem o Queiroz, os 89 mil da Michelle e os imóveis que o Dudu, o Carluxo e as minhas ex-mulheres compraram com dinheiro vivo. Não, esse papinho não vai colar. O roto não pode falar do esfarrapado.
O assunto pandemia também não vai dar pé, porque esses fracotes sem histórico de atleta vão continuar morrendo. E nem adianta pensar em recuperação econômica, que o Guedes e a turma dele vão continuar em passo de tartaruga.
É, Diário, acho que o melhor é começar a dizer que a eleição será fraudada. Aí já tenho uma desculpa para a derrota. Ou, se os militares toparem, a gente dá um golpe em nome da “verdade das urnas”. É, pode ser, pode ser…
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