Diário, hoje eu acordei arrancando os cabelos.
Primeiro porque eu não gosto de índio e tô numa terra cheia de índio indiano.
Segundo, porque a comida daqui é horrível. Eu fico só no miojo. E sabor bolonhesa, que pra mim vaca não é sagrada, kkk!
E em terceiro lugar porque a Foice de S.Paulo fez mais uma reportagem contra o Fábio Waingarden…, Wajgengaten…, Waginagorden…, sei lá o nome dele. O Fabinho da Secom, pô.
O jornaleco falou que, na primeira parte da campanha de mídia da Previdência, a Globo ficou com a maior parte do dinheiro, porque era a tevê com mais audiência.
Mas, na segunda parte da campanha, quando o Fabinho já era chefe da Secom, a coisa foi bem diferente. Eles receberam só R$ 2,6 milhões. E as outras tevês ganharam bem mais. Mesmo com menos audiência.
A Record, do meu amigo Edir, recebeu R$ 6,5 milhões. O SBT, do meu broder Silvio, ficou com R$ 5,4 milhões. A Band, do meu chapa Datena, ganhou R$ 1,1 milhão.
A Folheca de S.Paulo insinua que essas tevês ganharam mais porque são clientes da FW, a empresa do Fabinho. Mas não é por isso, pô! É porque a gente não liga pro índice de audiência. Só pro índice de puxassaquismo. Quem me elogia mais, ganha mais.
Por exemplo, a Rede TV!, do Marcelo de Carvalho, que lambe a minha bota na internet, ganhou R$ 1 milhão. E olha que ninguém assiste aquilo lá.
Fora isso, o Fabinho também passou a distribuir dinheiro para emissoras pequenas, mas amiguinhas.
A Rede Gênesis, da Igreja Sara Nossa Terra, do ex-deputado Robson Rodovalho, embolsou R$ 176,3 mil. O Róbson é quase um irmão. Daqueles de dividir palito de dente. Tanto que de vez em quando até faço um discurso lá na igreja dele.
A TV Canção Nova, da Renovação Carismática Católica, recebeu R$ 146,9 mil. Ela não é evangélica, mas eu e o monsenhor Jonas Abib somos unha e carne.
A TV Gospel, da bispa Sonia, e a RIT TV, do R.R. Soares, ganharam R$ 54 mil cada.
Também demos R$ 69,9 mil pra TV Boas Novas, do irmão do Silas Câmara, líder da bancada evangélica na Câmara, e R$ 39,2 mil para a Rede Super, da Igreja Batista da Lagoinha, frequentada pela Damares.
Pros amigos, filé mignon. Pros inimigos, músculo.
Será que a Folha do Seu Paulo pensa que eu vou despedir o Fabinho só porque ele deu menos dinheiro para a Globo e mais para os clientes dele?
Não mesmo! Ele é meu amigo de fé, meu irmão camarada (opa!, camarada não, que camarada é coisa de comunista).
O Fabinho tá comigo desde o começo. E fazendo coisa importante. No dia 10 de agosto de 2018, num momento importante da campanha, ele chamou 62 empresários na sua cobertura pra me ouvir falar. Estavam lá o Flávio Rocha (Riachuelo), o Meyer Nigri (Tecnisa), o José Salim Mattar (Localiza), o Sebastião Bomfim (Centauro), o Bráulio Bacchi (Artefacto) e o Luciano Hang, da Havan.
O que teve de zap-zap a meu favor depois disso, vou te contar…
Agora me diz, Diário, dá pra abandonar um cara que me consegue 62 empresários? Não dá.
E, no final das contas, quem é que liga pra esse negócio de ética?
Ética é titica.
(*) José Roberto Torero é escritor e jornalista, autor de livros como Papis et Circensis e O Chalaça. O Diário do Bolso é uma obra ficcional de caráter humorístico.
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