A Arábia Saudita chamou de volta seu embaixador no Canadá,
expulsou o representante diplomático canadense de seu território e congelou
todos os novos investimentos e intercâmbios comerciais com o país devido ao que
chamou de “interferências” nos assuntos internos por parte de Ottawa.
O anúncio foi feito no último domingo (05/08).
A decisão foi motivada pela declaração do Ministério das
Relações Exteriores canadense que, por meio de seu perfil no Twitter na última
sexta-feira (03/08), disse estar “extremamente preocupado com as prisões
de muitos ativistas dos direitos humanos, entre eles, Samar Badawi [defensora
de direitos das mulheres]”, além de ter pedido a libertação de militantes.
De acordo com a ONG Human Rights Watch, Badawi foi presa na
última quarta-feira (01/08) como parte de “ações inéditas do governo
saudita para desmantelar movimentos que lutam pelos direitos das mulheres, que
resultaram nas prisões de dezenas de ativistas”.
O Ministério das Relações Exteriores saudita definiu a postura canadense como “um ataque” ao país e destacou que “não aceitará nenhuma forma de interferência” em seus assuntos internos.
O Parlamento árabe, órgão o instituído pela Liga Árabe, alinhou-se à Arábia Saudita na ruptura política com o Canadá. O presidente da instituição, Mishaal bin Fahmi Al Salami, criticou o Canadá, classificando como “negativas e irresponsáveis” as declarações das autoridades canadenses. O Bahrein também expressou apoio à Arábia Saudita e lamentou a postura do Canadá.
Na Arábia Saudita, as mulheres ganharam recentemente o direito de dirigir, mas ainda precisam da permissão masculina para executar atividades básicas, como estudar.