O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse aos jornalistas, pela primeira vez, que deixará a Casa Branca “se” o democrata e presidente eleito Joe Biden for o mais votado pelos delegados no colégio eleitoral, no próximo dia 14 de dezembro. É o que deve acontecer – Biden saiu das urnas com direito a 306 delegados, acima dos 270 necessários.
Nos Estados Unidos, as eleições não são diretas e os eleitores definem quem seus delegados irão votar no chamado colégio eleitoral. Salvo alguma mudança inédita, improvável e de proporções bíblicas, Biden sairá oficialmente eleito do colégio eleitoral.
Na história recente dos EUA, nunca nenhum candidato que terminou a eleição com a vitória assegurada (entre os delegados) a perdeu no colégio – por mais que um ou outro voto acabasse sendo dado a outro candidato.
Nada obriga os delegados a votarem em quem os eleitores de seu estado desejam, porém, por determinação da Suprema Corte, aqueles que não respeitarem os resultados estaduais poderão sofrer “duras punições”. Segundo dados do governo norte-americano, até hoje, foram 180 os grandes eleitores a irem contra a orientação do Estado, mas isso nunca afetou o resultado das eleições.
Além disso, Biden tem uma margem confortável, podendo perder até 36 delegados e ainda ser eleito.
Todos os estados têm até o dia 8 de dezembro para certificar seus resultados e resolver qualquer tipo de pendência jurídica, seis dias antes da reunião do colégio eleitoral, que neste ano será no dia 14.
Shealah Craighead/White House
Em negação, Trump diz que sai da Casa Branca se perder no colégio eleitoral – onde ele vai perder
Trump perdeu as eleições de 3 de novembro no voto popular, mesmo tendo superado a quantidade de votos que obteve nas eleições de 2016. Ainda há estados contabilizando o sufrágio, mas dados informados nesta quarta-feira (26/11), mostram que Biden tem mais de 80 milhões de votos, um recorde absoluto, contra cerca de 73,8 milhões para o republicano.
Posse
O presidente voltou a dizer que não sabe se comparecerá à posse de Biden, no dia 20 de janeiro de 2021, em ato inédito na história moderna da democracia norte-americana.
Além disso, Trump disse novamente – sem provas – que houve fraudes nas eleições. Até o momento, em mais de 30 ações judiciais abertas por sua defesa, não houve nenhuma constatação de qualquer tipo de crime eleitoral.
O pleito de 2020 é o primeiro na história moderna do país em que o derrotado – com exceção de 2000, mas nesse caso já havia uma pendência na Suprema Corte – não reconhece a vitória do adversário. Apesar de não fazer o gesto formal, Trump autorizou que seus secretários dessem início ao processo de transição de poder.
(*) Com Ansa