O candidato peronista Alberto Fernández, que encabeça a chapa formada pela ex-presidente Cristina Kirchner como vice, venceu as eleições presidenciais da Argentina realizadas neste domingo (27/10), superando o presidente Mauricio Macri.
A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.
Com 89,61% das urnas apuradas, Fernández tem 47,78% dos votos, contra 40,73% de Macri. A tendência de vitória é irreversível.
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A lei eleitoral da Argentina prevê vitória em primeiro turno se algum candidato alcançar 45% dos votos, ou se conquiste mais de 40% abrindo uma vantagem de 10 pontos percentuais do segundo colocado.
O presidente eleito assume o cargo no dia 10 de dezembro.
Veja a apuração:
Divulgação
Alberto Fernández e Cristina Kirchner: presidente e vice-presidente eleitos da Argentina
Presidente, enfim
Considerado um peronista moderado, Alberto Fernández é advogado e professor do Departamento de Direito Penal e Processo Penal da Universidade de Buenos Aires, na capital da Argentina. Durante a carreira acadêmica, o presidente eleito da Argentina publicou, em colaboração com outros autores, quatro livros sobre o mundo do direito criminal e penal.
Fernández havia participado somente de uma eleição em 2000, quando disputou uma vaga no legislativo de Buenos Aires. Na política, Fernández é conhecido como flexível. Foi subdiretor-geral no ministério de Raúl Alfonsín (presidente entre 1983 e 1989), tesoureiro da campanha de Eduardo Duhalde (presidente de 2002 a 2003) até chegar à chefia da campanha de Néstor Kirchner.
O peronista ainda foi Chefe de Gabinete de Néstor por quatro anos, de 2003 a 2007. Com a vitória de Cristina, Fernández permaneceu por mais um ano no gabinete. O argentino renunciou ao cargo em 2008 após conflitos com a ex-presidente e desde então não exerceu mais atividades políticas.
ELEIÇÕES NA ARGENTINA: COBERTURA COMPLETA
Em maio de 2019, Kirchner anunciou sua candidatura a vice, deixando Fernández como responsável por liderar a chapa. Na ocasião, a ex-chefe de Estado afirmou que a integração Alberto-Cristina era o “necessário” para “não somente ganhar uma eleição, mas para governar”.
Em uma entrevista ao programa El Último Semestre, Fernández afirmou que sabe sair de uma crise, pois “aprendeu” com Néstor [Kirchner]. Ainda nesta entrevista, o novo presidente declarou ser um “um liberal de esquerda, um liberal progressista”.
“Acredito nas liberdades individuais e acho que o Estado tem que estar presente para o que o mercado precisar. E sou um peronista. Estou inaugurando o braço do liberalismo progressista peronista”, disse.