Tendências divulgadas pelas emissoras TN e C5N, além dos jornais Clarín e La Nación, apontam uma “vantagem” em todo o país do peronista Alberto Fernández, cuja candidata a vice é a ex-mandatária Cristina Kirchner, sobre o atual presidente, Mauricio Macri.
Na Argentina, normalmente não são divulgados números de boca de urna, mas a imprensa sempre aponta “tendências” de como o voto se desenvolveu. A emissora TN afirma que, no comitê de campanha de Fernández, diz-se que a vitória será em primeiro turno, com algo em torno de 50% conta 36%. Já na Casa Rosada, há esperança de que haja um segundo turno.
Na última pesquisa de intenção de voto, divulgada há uma semana, Fernández aparecia com até 22 pontos percentuais de diferença em relação a Macri. Na Argentina, o candidato vencedor deve obter 45% dos votos ou ter 40% somado a uma diferença de 10 pontos do candidato em segundo lugar.
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As mesmas tendências apontam que o ex-ministro da Economia do governo Cristina, Axel Kicillof, deve ser eleito governador da província de Buenos Aires, substituindo a macrista María Eugénia Vidal. Já na cidade de Buenos Aires, o prefeito Horácio Larreta, aliado de Macri, também aparece com vantagem em relação ao peronista Matías Lammens, mas com possibilidade de segundo turno.
A votação presidencial da Argentina terminou neste domingo (27/10) após milhares de argentinos compareceram às urnas para escolher o novo presidente do país. Os locais de votação foram abertos às 8h e foram fechados às 18h.
ELEIÇÕES NA ARGENTINA: COBERTURA COMPLETA
A Câmara Nacional Eleitoral do país afirmou que todo o dia de votação ocorreu com tranquilidade. Cerca de 30 milhões de eleitores eram esperados para votar nas eleições presidenciais.
Nas eleições primárias (PASO) do país, realizadas em agosto, a chapa Alberto-Cristina conquistou 49,19% dos votos, enquanto a fórmula Macri-Pichetto obteve 32,94%.
Acompanhe a apuração, a partir das 21h:
Alberto Fernández/Facebook
Pesquisas de boca de urna apontam vitória de Fernández no primeiro turno
Uma vitória de Fernández daria fim ao governo neoliberal de Macri. Durante seu mandato, 3,25 milhões de pessoas foram da classe média à classe baixa. Em 2019, 7,7% dos argentinos estão abaixo da linha da pobreza.
A inflação na Argentina, em 12 meses, teve um aumentou de 53,5%. A cesta básica do país, que contêm itens básicos de alimentação e serviços como transporte e roupa, subiu, entre 2018 e 2019, 57,6%.
Em abril, foi divulgado um estudo que apontou que 1,467 milhões de crianças e adolescentes passaram fome na Argentina em 2018. O estudo mostrou que cerca de 642 mil crianças e adolescentes não receberam nenhuma assistência do governo. De acordo com o estudo, nos últimos três anos a inseguranças alimentar aumentou 5,5 pontos percentuais.
Se ganhar, Fernández pretende colocar em prática o plano “Argentina Contra A Fome”, o programa é inspirado no “Fome Zero” que foi implantado no Brasil durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
“Não me importa de onde vêm, não me importa como pensam: não podemos viver em paz com semelhante flagelo. Travemos a batalha mais sensata que podemos travar: fazer com que os argentinos deixem de padecer com a fome”, disse Fernández ,ao detalhar seu plano.