‘Não’, foi a resposta de Diana Mondino, economista e candidata à vaga de ministra das Relações Exteriores da Argentina sobre a entrada do país no Bricss, grupo atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em meio a uma crise econômica, com uma inflação de 140%, a vitória à presidência argentina de Javier Milei (55,9%), representante da coalizão A Liberdade Avança, contra o peronista Sergio Massa (44,1%), do União pela Pátria, anunciada neste domingo (19/11), desperta fortes expectativas em torno da esqueletização de seu governo para 2024. Nesse cenário, à Sputnik News, Mondino afirmou que a Argentina não deve aderir ao BRICS para o início de 2024:
“Não sei por que existe tanto interesse no BRICS”, respondeu a candidata, acrescentando que o novo governo “não tem nada nem contra nem a favor” do grupo. “Não entendemos […] qual seria a vantagem para a Argentina neste momento. Se depois resultar que há uma vantagem, é óbvio que a analisaremos.”
A posse de Milei, defensor da dolarização da economia e política externa direcionada para Israel e Estados Unidos, está prevista para 10 de dezembro.
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Candidata à chanceler de Javier Milei nega entrada da Argentina ao BRICS para o início de 2024; China reforça importância do bloco
Países que integram o BRICS
O BRICS inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em agosto de 2023, a cúpula em Joanesburgo convidou, além da Argentina, o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita para integrarem o bloco em 1º de janeiro de 2024.
A China, um dos membros do bloco, afirmou nesta segunda-feira (20/11) que não estava ciente com relação ao posicionamento de Mondino. Em coletiva de imprensa, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, ressaltou a importância do bloco:
“O mecanismo de cooperação do Brics é uma plataforma importante para que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento fortaleçam a solidariedade e a cooperação e defendam interesses comuns”, disse Mao, reafirmando apoio à entrada de novos países para o grupo, apesar da recusa argentina.
Embora uma tensão tenha sido gerada com a Argentina, a China reconheceu a vitória do ultraliberal que, durante sua campanha eleitoral, ameaçava cortar os laços diplomáticos com o país. Pelo contrário, Pequim manifestou o compromisso em manter e fortalecer as relações bilaterais:
“A China sempre deu muita importância ao desenvolvimento das relações entre China e Argentina, em uma perspectiva estratégica e de longo prazo” destacou Mao Ning.
(*) Com Spuntiknews