A campanha eleitoral para o segundo turno das eleições presidenciais da Argentina foi encerrada nesta quinta-feira (16/11), com os dois candidatos – o peronista Sergio Massa e o ultraliberal Javier Milei – apostando em eleitorados nos quais precisam melhorar, segundo as pesquisas de opinião.
Atual ministro da Economia e candidato da coalizão União por la Patria, Massa fez seu último discurso, com uma duração de cerca de 40 minutos, na escola Carlos Pellegrini, no Centro de Buenos Aires. Segundo diferentes sondagens, o eleitorado jovem é onde mais ele precisa crescer para vencer a eleição.
“A maior utopia é defender a igualdade de oportunidades”, disse Massa, cercado por milhares de estudantes da capital argentina.
O candidato pediu aos alunos que esclareçam a outros estudantes sobre os malefícios das propostas de Javier Milei, e tratou de enaltecer a importância dos jovens para a sociedade “em termos de participação e definição do processo eleitoral”.
Durante o evento, Massa esteve acompanhado do ministro da Educação, Jaime Perczyk, e do deputado Juan Manuel Valdés. O grupo recebido por gritos de apoio como “Vamos, Sergio” e placas personalizadas com recados como “Um grande remédio para um grande mal”.
“Que este encerramento de campanha represente o país que queremos. Venho dizer que vamos defender e melhorar a educação pública, inclusiva e gratuita”, afirmou o peronista. Foi nesse momento que os apoiadores deram vida ao grito de guerra da militância pró-governo: “no domingo, custe o que custar, no domingo temos que vencer”.
O último ato de campanha não contou com grandes lideranças políticas. Massa procurou fazer um discurso livre de perguntas sobre o candidato ultraliberal para evitar confrontos. “Não há liberdade maior do que você poder escolher onde estudar e não ter que enviar voucher ou cheque para saber se pode estudar”, o peronista deu uma alfinetada a Milei.Segundo a imprensa local, a estratégia do peronista foi a de usar esse ato para reverter a grande adesão a Milei entre os eleitores de menos de 35 anos. “Peço que as pessoas próximas expliquem os malefícios das outras propostas e tentem convencê-las. Sem desrespeitá-los. Peço que você me ajude. O voto jovem é super importante em termos de participação eleitoral e definição do processo eleitoral”, comunicou Massa aos alunos presentes.
Union por la Patria/La Libertad Avanza
Sergio Massa e Javier Milei vão se enfrentar no segundo turno deste domingo (16/11) na Argentina
“Parte do declínio da Argentina tem a ver com esta ideia de destruir os outros, levá-los adiante e desrespeitá-los. Uma sociedade, para ser construída com valores, tem que respeitar regras. A regra mais importante é o respeito pelos outros. Se outros não quiserem exercê-lo, temos que ser a expressão da maioria argentina”, acrescentou Massa.
No final, o candidato peronista pediu aos jovens para que “não percam a convicção seja qual for o resultado de domingo”.
Milei em Córdoba
Já o candidato de extrema-direita Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, encerrou sua campanha na cidade de Córdoba, uma das maiores do interior da Argentina.
O ultraliberal foi recebido por uma multidão no aeroporto da cidade. Seus seguidores o acompanharam em uma até o hotel onde ele está hospedado.
“No domingo, todos vamos comemorar, porque será o início de uma Argentina diferente, sem os mesmos governantes de sempre”, afirmou Milei, junto aos seus seguidores.
A província de Córdoba é um dos maiores colégios eleitorais da Argentina e seu eleitorado está em disputa, já que o governador local, Juan Schiaretti (um peronista de direita que não declarou apoio a ninguém no segundo turno), foi candidato presidencial no primeiro turno e terminou em quarto lugar com 7% dos votos, que podem ser decisivos na eleição de domingo.
O ato final da campanha de Milei acontecerá no Centro de Córdoba e deverá ter início por volta das 21h (hora local). Segundo a direção do seu partido, o evento contará com um palestrante surpresa cuja identidade será revelada minutos antes da cerimônia. Os meios de imprensa locais especulam que pode se tratar do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), da ex-candidata presidencial Patricia Bullrich, terceira colocada no primeiro turno, ou do próprio Schiaretti.