O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, recebeu durante a noite de domingo (27/10) e a manhã desta segunda (28/10) os cumprimentos de diversos líderes mundiais pela vitória sob o atual mandatário, Mauricio Macri. O único que disse que não iria parabenizar Fernández foi o brasileiro Jair Bolsonaro, que, na verdade, chegou a lamentar a eleição.
Bolsonaro ainda chamou de “afronta à democracia brasileira” o fato de Fernández apoiar a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É um afronto à democracia brasileira e ao sistema judiciário brasileiro. Ele está afrontando o Brasil de graça”, disse o presidente brasileiro no Catar, onde está em viagem oficial.
O premiê britânico Boris Johnson parabenizou Fernández. “Parabéns a Alberto Fernández pela vitória na eleição presidencial da Argentina. Esperamos trabalhar juntos com seu novo governo, para continuar a fortalecer a relação Reino Unido-Argentina”, tuitou. Vale lembrar que Reino Unido e Argentina já travaram uma guerra pelas ilhas Malvinas na década de 1980.
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Por sua vez, o boliviano Evo Morales falou em “triunfo da Pátria Grande”. “Felicitações e um abraço revolucionário a nossos irmãos Alberto Fernández e Cristina, eleitos como presidente e vice-presidente da Argentina, com o voto do povo em uma festa democrática que revive a esperança por melhores dias no país. A Pátria Grande saúda seu triunfo”, disse, pelo Twitter.
O governo do México, do presidente Andrés Manuel López Obrador, mostrou disposição para renovar os “laços de amizade”. “O governo do México felicita Alberto Fernández por seu triunfo nas eleições presidenciais da Argentina e reitera sua plena disposição para renovar os laços de amizade e cooperação que historicamente nos unem”, afirmou o Palácio Nacional do México.
Frente de Todos/Facebook
Alberto Fernández foi eleito presidente da Argentina neste domingo
O presidente venezuelano Nicolás Maduro falou em “exercício histórico democrático”. “Felicitações ao heroico povo argentino! Em um exercício histórico democrático, derrotaram o neoliberalismo do FMI. A contundente vitória de Alberto Fernández e Cristina Kirchner abre o horizonte de esperança a um futuro melhor para a Argentina. Um abraço, Alberto e Cristina!”, tuitou.
Miguel Diáz-Canel, presidente de Cuba, disse que a vitória de Fernández foi um “triunfo merecido”. “Triunfo merecido que leva à derrota do neoliberalismo. Desde de Cuba, parabéns querida Cristina e também Alberto. A Grande Pátria está comemorando”, afirmou pelo Twitter.
O chileno Sebastián Piñera falou em “eleição exemplar”. “Felicito ao povo argentino por uma exemplar e democrática eleição com ampla participação. Felicito a Alberto Fernández por seu grande triunfo e estou seguro de que trabalharemos com vontade, força e visão de futuro em favor do bem-estar de nossos povos e da integração sul-americana”, escreveu.
O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, disse que deseja que a vitória do peronista “seja o triunfo e o impulso do povo argentino”. “A Argentina contará sempre com meu apoio e do governo da Espanha. Nos une nosso idioma, a Comunidade Ibero-americana e fortes laços que seguiremos estreitando. Parabéns, Alberto Fernández”, tuitou.
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Quem é o novo presidente
Considerado um peronista moderado, Alberto Fernández é advogado e professor do Departamento de Direito Penal e Processo Penal da Universidade de Buenos Aires, na capital da Argentina. Durante a carreira acadêmica, o presidente eleito da Argentina publicou, em colaboração com outros autores, quatro livros sobre o mundo do direito criminal e penal.
Fernández havia participado somente de uma eleição em 2000, quando disputou uma vaga no legislativo de Buenos Aires. Na política, Fernández é conhecido como flexível. Foi subdiretor-geral no ministério de Raúl Alfonsín (presidente entre 1983 e 1989), tesoureiro da campanha de Eduardo Duhalde (presidente de 2002 a 2003) até chegar à chefia da campanha de Néstor Kirchner.
O peronista ainda foi Chefe de Gabinete de Néstor por quatro anos, de 2003 a 2007. Com a vitória de Cristina, Fernández permaneceu por mais um ano no gabinete. O argentino renunciou ao cargo em 2008 após conflitos com a ex-presidente e desde então não exerceu mais atividades políticas.