Após vencer neste domingo (19/11) o segundo turno da eleição e ser eleito presidente da Argentina, Javier Milei, do A Liberdade Avança, falou aos seus apoiadores, começando seu discurso falando que, a partir deste dia, “começa a reconstrução” do país.
Milei venceu o peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, que reconheceu a derrota e felicitou seu oponente. Com mais de 99% das urnas apuradas, o ultradireitista angariou 55,69% dos votos válidos, contra 44,3% do governista.
Falando em governo, Milei pediu durante sua fala que o governo de Alberto Fernández seja “responsável” no processo de transição, afirmando que essa vitória marca o “fim do Estado onipresente”: “a situação é crítica, as mudanças necessárias são drásticas, não há espaço para gradualismo”, disse.
Ele assumirá o poder no dia 10 de dezembro, substituindo o atual mandatário Fernández, aliado de Massa.
Mesmo falando com sua base, Milei não citou as propostas que disse durante a campanha eleitoral, como a dolarização da economia, acabar com o Banco Central ou romper relações com Brasil e China. Nesse aspecto, afirmou para “todas as nações do mundo” que a Argentina vai “trabalhar de mãos dadas com os países do mundo livre”.
Com Milei na Presidência da Argentina, o futuro das relações do Brasil com o país vizinho entra em xeque. Em diversas oportunidades durante a campanha, o candidato de extrema direita disse que seu eventual governo cortaria relações com presidentes que ele considerava “comunistas”, e citava abertamente ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como um desses “comunistas”.
Outro exemplo muito utilizado por Milei foi o do presidente chinês Xi Jinping. Vale destacar que China e Brasil são, nessa ordem, os dois mais importantes parceiros comerciais da Argentina na atualidade.
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Javier Milei venceu o segundo turno com mais de 55% dos votos válidos
“Não viemos para inventar nada, mas para fazer as coisas que a história mostrou que funcionam […] Basta de abraçar o modelo empobrecedor da casta, hoje voltamos a abraçar as ideias da liberdade que nos voltará a tornar uma potência mundial”, disse ele.
O presidente eleito afirmou que a Argentina “tem futuro”, mas que esse futuro é “liberal”, “que são aqueles que garantem a prosperidade dos argentinos”.
Sergio Massa reconhece derrota
O candidato peronista Massa, admitiu a vitória de Milei no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, realizado neste domingo.
Sem citar o nome do candidato da extrema direita, ele assegurou que se colocou à disposição de Milei para “implementar todos os mecanismos de transição e de substituição democrática”.
Atual ministro da Economia, Massa admitiu durante o discurso que “está terminando uma etapa da minha vida dentro da política”, dando a entender que pretende se afastar dos cargos públicos nos próximos anos.
No entanto, o candidato derrotado também pediu à militância peronista que “nossa tarefa a partir de agora, como oposição”, é “defender a educação e a saúde públicas, a indústria argentina, a nossa soberania e os direitos dos trabalhadores”.