Sábado, 12 de julho de 2025
APOIE
Menu

A advogada Victoria Villarruel, candidata a vice-presidente da Argentina na chapa do ultraliberal Javier Milei, afirmou nesta segunda-feira (13/11) que em um eventual governo do seu setor a lei que legalizou o aborto no país será revisada.

“Ambos somos pró-vida”, disse Villarruel, durante entrevista ao canal Todo Noticias, pertencente ao Grupo Clarín (maior empresa de mídia da Argentina).

Segundo a candidata a vice, a ideia de revogar ou não o projeto partirá de um novo debate que seria promovido caso Milei seja presidente, e acrescentou que “gostaria que esse debate acontecesse a partir de bases científicas e com argumentos sérios e não tão ideológicos como os que sustentam a legislação vigente atualmente”.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

O argumento da representante do partido de extrema direita A Liberdade Avança, omite o fato de que a atual lei do aborto na Argentina, promulgada em 2020, foi resultado de um debate que durou meses no Congresso do país, e cuja tramitação contou com audiências nas quais participaram cientistas, médicos, filósofos e outros tipos de especialistas.

Victoria Villarruel disse que há mulheres que interrompem a gravidez ‘no final da gestação’, mas não soube comprovar acusação; projeto foi aprovado em 2020

A Liberdade Avança

Victoria Villarruel, vice de Milei, afirmou que os dois candidatos do partido de extrema direita A Liberdade Avança são ‘pró-vida’

Em seguida, Villarruel fez outra declaração polêmica, ao afirmar que “infelizmente, a lei na Argentina acaba sendo esticada ao infinito, hoje você encontra mulheres que abortam crianças no final da gestação”.

Questionada pelo apresentador do programa se há evidência documental da acusação, a candidata desconversou, mas aprofundou a acusação, alegando que “basta que a mãe alegue que possui algum tipo de transtorno psicológico e ela pode obter a autorização para fazer o aborto, e temos que entender que esse não era o espírito da lei (de 2020)”, novamente sem apresentar provas de que isso seja, verdade, mas contando com a anuência do entrevistador, que não insistiu no tema.

Ao final, a advogada frisou que “esse não é um tema prioritário, em algum momento (durante um eventual mandato) gostaríamos de fazer essa revisão (da lei)”.

Segundo o Relatório Anual 2022 realizado pela ONG Proyecto Mirar, a Argentina registrou 170 mil casos de interrupção voluntária da gravidez nos dois primeiros anos após a implementação da nova legislação (2021 e 2022).