A ex-prefeita da cidade de Vinto, na Bolívia, Patricia Arce Guzmán, foi eleita ao Senado do país nas eleições gerais realizadas neste domingo (18/10).
A candidata do partido Movimento ao Socialismo (MAS), o mesmo de Luis Arce, vitorioso nas eleições presidenciais, havia sido sequestrada e atacada por um grupo de extrema direita às vésperas do golpe de Estado de novembro de 2019 que forçou a renúncia do ex-presidente Evo Morales.
Segundo pesquisas de boca de urna, o MAS conquistou 19 dos 36 assentos no Senado do país. Guzmán, que é a segunda candidata na lista de postulantes do MAS em Cochabamba, deve assumir um dos assentos destinados ao departamento que, segundo boca de urna, deu mais de 60% dos votos a Arce.
“Com trabalho, humildade e apoio do povo boliviano, recuperamos o nosso país para todas e todos com unidade e coragem. Quero agradecer às e aos irmãos que confiaram neste projeto que vai recuperar o Estado depois do golpe”, disse Guzmán, em suas redes sociais.
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Patricia Arce Guzman foi atacada e teve seu cabelo raspado por um grupo de extrema direita dias antes do golpe que derrubou Evo Morales
No dia 6 de novembro de 2019, quatro dias antes do golpe que derrubou o governo de Evo, um grupo de extrema direita sequestrou a então prefeita de Vinto após invadir e incendiar o prédio da prefeitura.
Enquanto esteve nas mãos dos sequestradores, a ex-prefeita teve o cabelo cortado e foi banhada de tinta vermelha, além de ser obrigada a caminhar descalça até o rio Huayculi. Os manifestantes que a sequestraram a acusaram de “semear ódio”.
A polícia foi chamada desde o começo, mas só apareceu quatro horas depois do início das agressões à prefeita, de acordo com o jornal El Deber.