A Organização dos Estados Americanos (OEA) iniciou nesta quinta-feria (31/10) a auditoria do processo eleitoral da Bolívia que ocorreu no dia 20 de outubro.
Segundo o órgão internacional, a equipe é composta por 30 funcionários especializados e auditores internacionais. Luis Almagro, secretário da OEA, disse que o trabalho da equipe vai verificar a computação dos votos, junto com as atas, questões de informática, estatísticas e projeções, assim como as urnas.
De acordo com Almagro, a equipe iniciou solicitando toda a documentação e outros itens que vão precisar para realizar a fiscalização. Junto com esse processo, a organização também vai ouvir denúncias e informações de partidos políticos e da população.
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A OEA afirmou que o governo boliviano se comprometeu a entregar toda as informações aos auditores.
Cancillería Bolivia/ Reprodução
Arturo Espinoza, coordenador da equipe da OEA e Diego Pary, chanceler da Bolívia
Em um comunicado, a organização disse que os pontos delimitados de como será o trabalho dos fiscais foram expressos em uma ligação telefônica com Carlos Mesa, candidato opositor da Comunidade Cidadã. A OEA havia confirmado que Mesa aceitara a auditoria.
Entretanto, pelo Twitter, o político de oposição negou ter aceitado a auditoria e disse que o acordo entre a Bolívia e a OEA é “unilateral”.
Nuestro equipo de 30 especialistas y auditores internacionales inician hoy el análisis de integridad electoral y auditoría del cómputo oficial de los comicios presidenciales del 20 de octubre en #Bolivia: https://t.co/plsAILxU1T#OEAenBolivia #EleccionesBolivia2019 pic.twitter.com/E1LrIxVCsw
— Luis Almagro (@Almagro_OEA2015) October 31, 2019
Eleições e oposição
Com 100% das urnas apuradas, o presidente obteve 47,08% dos votos, contra 36,51% do candidato de oposição, Carlos Mesa. Em terceiro lugar, ficou Chi Hyun Chung, de extrema-direita, com 8,78% dos votos, seguido por Óscar Ortiz, com 4,24%. O restante dos candidatos somou menos de 4%.
Na Bolívia, não é necessário obter 50% + 1 dos votos para se vencer no primeiro turno. Se o líder obtiver mais de 40% e tiver uma diferença de ao menos dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado, a eleição termina. A diferença entre Morales e Mesa terminou em 10,57 p.p. – 648.439 votos.
Os candidatos derrotados por Morales afirmaram que não iriam reconhecer o resultado, a não ser que fosse realizado um segundo turno. O grupo, que se intitula “Coordenadoria de Defesa da Democracia”, diz “exigir a convocação imediata do segundo turno eleitoral, administrado de maneira idônea, independente e imparcial”.
O movimento dos oposicionistas vai ao encontro do que havia pedido a OEA (Organização dos Estados Americanos), que, mesmo sob críticas até do México, sugeriu que fosse realizado um segundo turno mesmo que não se precisasse. União Europeia e países como Argentina, Brasil, Colômbia e Estados Unidos também pressionam para a realização de um segundo turno.