Atualizada às 19h31
O governo da Bolívia solicitou nesta terça-feira (22/10) à Organização dos Estados Americanos (OEA) que realize uma “auditoria especial” da apuração dos votos das eleições gerais realizadas no último domingo (20/10).
“Entregamos a nota oficial ao secretário da OEA, Luis Almagro, em Washington. Estamos solicitando que seja realizada uma auditoria especial, uma verificação de uma a uma das tas de votação do último 20 de outubro”, anunciou o chanceler boliviano Diego Pary.
O ministro das Relações Exteriores ainda garantiu que será o próprio órgão internacional, “em função de sua disponibilidade técnica, seus recursos, que decidirá quando iniciar este processo, mas estamos solicitando com base na transparência que se possa iniciar o mais breve possível”.
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Na noite desta segunda-feira (21/10) após o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) anunciar a retomada da contagem rápida dos votos e o atual presidente Evo Morales aparecer como favorito a vencer no primeiro turno, o principal candidato da oposição, Carlos Mesa, anunciou que não reconheceria os resultados, chagando a acusar fraude na apuração.
Grupos opositores, então, foram às ruas e cometeram diversos atos de vandalismo. Pontos de apuração foram incendiados, prédios destruídos e funcionários públicos ameaçados.
Em pronunciamento, a presidente do TSE da Bolívia, María Eugenia Choque, rebateu as acusações e fraude feitas pela oposição e afirmou que “não há nada para esconder”.
“Este processo está supervisionado e administrado por uma auditoria, não por nós, mas sim por uma empresa e a empresa também nos dirá s esses resultados são fraudulentos. Senhoras e senhores, [os resultados] não são fraudulentos porque eles estão apresentados e cada um dos cidadãos e organizações políticas nos acompanharam”, disse Choque.
ABI
‘Estamos solicitando que seja realizada uma auditoria especial, uma verificação de uma a uma das atas de votação’, disse chanceler
Mais cedo, após reunião com Evo Morales, o chefe adjunto da delegação da União Europeia na Bolívia, Jörg Schreiber, fez um chamado à população boliviana para que seja respeitado o desejo dos eleitores e condenou o uso de violência por parte de alguns grupos da oposição.
“Os incidentes recentes devem ser investigados, além disso fazemos um chamado a todas as partes para se absterem do uso da violência. A União Europeia tem sido ainda é principal parceira da Bolívia na promoção do desenvolvimento econômico e social, assim como no fortalecimento do Estado de direito”, afirmou Schreiber.
O representantes ainda disse que as dúvidas levantadas acerca do processo de apuração “devem ser totalmente esclarecidas de maneira imediata” e que “é vital garantir a credibilidade do processo eleitoral, assegurar a confiança dos eleitores e respeitar a vontade do povo boliviano”.
A reunião, que aconteceu na Casa Grande del Pueblo – residência presidencial -, contou com a participação de representantes da União Europeia (UE), Organização dos Estados Americanos (OEA) e com os embaixadores do Peru e da Alemanha. Por parte do governo, além do mandatário, estiveram presentes o ministro das Relações Exteriores, Diego Pary Rodríguez, e o vice-presidente Álvaro García Linera.