Atualizada às 16:46
O presidente da Bolívia, Evo Morales, comemorou nesta quinta-feira (24/10) os resultados que mostram uma vantagem superior a dez pontos percentuais em relação ao candidato da oposição, Carlos Mesa, o que garante sua vitória em primeiro turno.
“Começamos com uma boa notícia”, disse Morales, ao inciar uma entrevista coletiva à imprensa na sede do governo boliviano. O mandatário citou que, com 98,42% das urnas apuradas, havia obtido 46,83% dos votos, contra 36,7% de Mesa, segundo dados oficiais do TSE (Tribunal Supremo Eleitoral).
Na Bolívia, não é necessário obter 50% + 1 dos votos para se vencer no primeiro turno. Se o líder obtiver mais de 40% e tiver uma diferença de ao menos dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado, a eleição termina.
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No momento, a diferença entre Morales e Mesa é de 10,37 pontos percentuais – cerca de 632 mil votos.
“Já ganhamos no primeiro turno. Falta, todavia, computar 1,58% e, novamente, quero dizer que, de acordo com a informação preliminar que temos, se trata do voto da área rural [onde o MAS, partido do presidente, é mais forte].”
ABI
Presidente boliviano acusou oposição de tentar desestabilizar o governo
Dois departamentos ainda não concluíram a apuração: Chuquisaca, no qual Mesa está com cerca de 20 mil votos de vantagem em 84,3% das urnas apuradas, e Beni, em que os dois estão praticamente empatados (com 99,69% apurados, a diferença entre os candidatos é de 91 votos, com vantagem para Morales).
Segundo turno
No entanto, questionado sobre se temia a realização de um eventual segundo turno, Morales disse que poderia ser “lindo” ter uma nova disputa. “Faltam cerca de 120 mil votos. Vamos respeitar: se o resultado final disser que há segundo turno, vamos; se o resultado disser que não tem, vamos defendê-lo. Que lindo seria ir a um segundo turno, porque todos [os opositores] estariam juntos”, afirmou.
O presidente boliviano acusou a oposição de tentar desestabilizar o governo, e chamou Mesa, que convocou protestos contra o resultado do pleito, de “covarde” e “delinquente”.
“Todo o povo boliviano sabia que era um covarde. Agora, se demonstrou que não era somente um covarde, era um delinquente”, afirmou.