A Coordenadoria Nacional pela Mudança (Conaclam) da Bolívia, central que organiza diversos sindicatos no país, convocou nesta terça-feira (22/10) uma série de marchas e mobilizações para defender a apuração eleitoral das eleições presidenciais realizadas no último domingo (20/10), que aponta para uma vitória do presidente Evo Morales no primeiro turno.
O movimento de trabalhadores bolivianos afirmou que estão em estado de emergência e garantiu que farão manifestações pacíficas para combater “as ações da direita”. Na noite desta segunda-feira, após o Tribunal Supremo Eleitoral divulgar os resultados que dão vantagem a Evo, militantes do partido de oposição Comunidade Cidadã realizaram diversos atos violentos em várias cidades do país.
“Eles estão se aproveitando e querem se aproveitar desta conjuntura eleitoral, mas nós não vamos permitir. Não vamos entrar no jogo da especulação, que hoje alguns oportunistas estão fazendo. Os verdadeiros defensores deste processo [eleitoral], somos nós, trabalhadores”, afirmou o secretário-executivo da Central Obrera Boliviana (COB), Juan Carlos Huarachi.
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Os representantes da Conaclam ainda culparam Carlos Mesa, candidato pelo partido de oposição Comunidade Cidadã, pelos episódios violentos que foram registrados após a divulgação dos resultados e disseram que esses grupos atentam contra a democracia.
ABI
‘Os verdadeiros defensores deste processo [eleitoral, somos nós, trabalhadores’, afirmou o secretário-executivo da Central Obrera Boliviana
“Frente a este triunfo, a direita está tentando realizar um golpe. Atentando contra a democracia e a estabilidade econômica e social”, afirmaram os trabalhadores.
Apuração e violência
Na noite desta segunda-feira, segundo dados da apuração TREP (contabilização de votos a partir dos boletins de urnas), realizada pelo TSE, Evo Morales alcançou mais de dez pontos percentuais de vantagem sobre Carlos Mesa, com pouco mais de 95% dos votos contabilizados. Como os votos a serem apurados eram, em sua maioria, em regiões de amplo domínio do candidato do MAS, Evo foi declarado vencedor.
A recusa do candidato oposicionista Carlos Mesa, do Comunidade Ciudadana, em aceitar os resultados eleitorais, resultou em violência em pelos menos nove cidades bolivianas durante a noite. Em Potosí, fogo foi ateado ao edifício do Tribunal Eleitoral Departamental. Também foram incendiados escritórios da apuração eleitoral em Sucre e Tarija.