Após os ataques de Israel em represália ao Irã nesta sexta-feira (19/04), o chefe da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declarou que “é hora de interromper o ciclo perigoso de retaliação” no Oriente Médio.
Por meio das redes sociais, Guterres não mencionou diretamente o ataque de Tel Aviv a Teerã, mas condenou “qualquer ato de retaliação” e apelou “para que a comunidade internacional trabalhe em conjunto para evitar qualquer novo desenvolvimento que possa levar a consequências devastadoras para toda a região e além dela”.
It is high time to stop the dangerous cycle of retaliation in the Middle East.
I condemn any act of retaliation & appeal to the international community to work together to prevent any further development that could lead to devastating consequences for the entire region & beyond.
— António Guterres (@antonioguterres) April 19, 2024
Anteriormente, na noite da última quinta-feira (18/04), o chefe das Nações Unidas havia declarado que o Oriente Médio está “à beira de um precipício”, reiterando o papel da comunidade internacional para evitar a regionalização do conflito iniciado pela ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
“Já é tempo de acabar com o ciclo sangrento de retaliação. Já é hora de parar”, finalizou o diplomata português.
The Middle East is on a precipice.
The international community must work together to prevent any actions that could push the entire region over the edge, with a devastating impact on civilians.
It is high time to end the bloody cycle of retaliation.
It is high time to stop. pic.twitter.com/n2nw05gSf0
— António Guterres (@antonioguterres) April 19, 2024
Por sua vez, quando o Irã direcionou mísseis e drones contra Israel na madrugada do último domingo (14/04), Guterres condenou “veemente a grave escalada representada pelo ataque em grande escala lançado contra Israel”, mencionando a responsabilidade iraniana na ofensiva.
O representante também apelou “à cessação imediata das hostilidades”, afirmando que nem o Oriente Médio, nem o mundo, podem permitir outra guerra.
I strongly condemn the serious escalation represented by the large-scale attack launched on Israel by Iran.
I call for an immediate cessation of these hostilities.
Neither the region nor the world can afford another war. https://t.co/Kmbt3zWMw7
— António Guterres (@antonioguterres) April 14, 2024
Por que Israel atacou o Irã?
As Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) realizaram nesta sexta-feira (19/04) um ataque com mísseis e drones contra o complexo nuclear do Irã, na província de Isfahan.
A ofensiva ocorreu nas primeiras horas da madrugada e teria sido a resposta prometida por Tel Aviv à ação semelhante impulsionada por Teerã no último sábado (13/04).
Segundo o canal Al Jazeera, do Catar, também foram registrados ataques contra o território da Síria – mais precisamente na província de As-Suwayda – e do Iraque – na província de Babil e em regiões próximas à capital Bagdá.
As agências de notícias estatais da República Islâmica do Irã reportaram que os sistemas de defesa aérea do país interceptaram todos os mísseis e drones disparados contra o complexo nuclear de Isfahan.
A agência Fars informa que foram ouvidas explosões próximas à cidade de Qahjavaristan, na região central do país, mas não se reportou vítimas nem pessoas feridas.
A IRNA, outra agência iraniana, afirma que não houve registro de qualquer explosão em terra. Ainda assim, o governo local anunciou que foram suspensos todos os voos que partiriam dos aeroportos de Teerã, Isfahan e Shiraz, ou de outras regiões em direção a esses três destinos.
Na Síria, o canal local Al Arabiya afirmou que Israel está por trás dos ataques que atingiram o aeroporto de As-Suwayda, localizado no sul do país, e outros alvos pertencentes ao Exército Sírio.