O filósofo esloveno Slavoj Žižek discursou, nesta terça-feira (17/10) a favor dos direitos humanos e dignidade da população palestina na Faixa de Gaza, que tem sido altamente atacada pelas Forças de Defesa Israelenses, na abertura da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha.
O evento literário também foi palco de outras manifestações a favor da causa palestina, mesmo antes de seu início oficial, na próxima quarta-feira (18/10). Na última sexta-feira (13/10), a escritora palestina Adania Shibli receberia uma premiação do evento, mas a feira cancelou a cerimônia por causa dos ataques do Hamas a Israel.
A autora receberia o prêmio literário LiBeraturpreis, que homenageia escritores do Sul Global, quando foi cancelado “devido à guerra em Israel”, segundo a LitProm, associação literária alemã que organiza a honraria. Isso por que, a premiação era para a tradução alemã de seu romance Minor Detail (Detalhe Menor) que narra a história real de uma mulher beduína palestina estuprada e assassinada por soldados israelenses em 1949.
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Filósofo disse que os ataques de Israel colocam "milhões de palestinos em uma situação impossível"
Por conta disso, as editoras árabes que deveriam participar se retiraram, como a Sharjah Book Authority, dizendo: “defendemos o papel da cultura e dos livros para incentivar o diálogo e a compreensão entre as pessoas. Acreditamos que esse papel é mais importante do que nunca”.
A decisão de cancelamento da cerimônia foi mencionada por Žižek em seu discurso, afirmando que ficou “chocado” com a situação.
Em seu discurso, o filósofo disse que os ataques de Israel colocam “milhões de palestinos em uma situação impossível”, e foi interrompido por um homem que subiu ao palco e começou a discutir com Žižek, acusando-o de “relativizar os ataques do Hamas”.
O esloveno se defendeu, afirmando também que condena os ataques do grupo palestino e reconhecendo que Israel tem o direito de se defender.
Por fim, o filósofo ainda criticou o tema “favo de mel das palavras”, escolhido Eslovênia, país convidado da feira deste ano. Segundo ele, o modelo de sociedade das abelhas é o mais ditatorial que existe.