O governo brasileiro, junto com outras 16 nações, assinou uma carta nesta terça-feira (23/04) apelando ao Hamas pela libertação dos reféns na Faixa de Gaza, que se encontram detidos no enclave após mais de 200 dias de operações israelenses no território palestino.
“Entre eles estão os nossos próprios cidadãos. O destino dos reféns e da população em Gaza, que estão protegidos pelo direito internacional, é motivo de preocupação internacional”, ressalta o documento, que inclui também as assinaturas da Alemanha, Argentina, Áustria, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Polônia, Portugal, Romênia, Reino Unido, Sérvia e Tailândia.
O pedido também aponta que a libertação de reféns permitiria alcançar um cessar-fogo imediato e prolongado em Gaza, facilitando o envio de assistência humanitária em todo o enclave e, por fim, o fim das hostilidades de Israel.
“Apoiamos firmemente os esforços de mediação em curso para que nossos nacionais possam voltar para casa. Reiteramos o nosso apelo ao Hamas para que liberte os reféns e nos deixe pôr fim a esta crise, para que, coletivamente, possamos concentrar os nossos esforços em trazer paz e estabilidade à região”, conclui a carta.
Brasil é um dos países que reconhece e apoia a consolidação do Estado palestino. Na recente sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), ocasião em que se votava a admissão da Palestina como membro pleno do órgão internacional, realizada na quinta-feira passada (18/04), o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, defendeu a necessidade de uma reparação à “injustiça histórica à aspiração legítima da Palestina por um Estado”, ressaltando que “a decisão sobre a existência de um Estado palestino independente foi tomada há 75 anos pelas próprias Nações Unidas”.
“Não há mais desculpas para impedir o Estado da Palestina de se juntar à ONU como membro pleno”, havia afirmado o chanceler, antes da resolução ter sido rejeitada pelo veto norte-americano.
Em diversos momentos, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferiu declarações em repúdio às operações militares lideradas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegando a ser considerado “persona non grata” pela nação por comparar o genocídio promovido em Gaza com o Holocausto.
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17 países, incluindo o Brasil, assinam uma declaração conjunta pedindo ao Hamas a libertação de reféns na Faixa de Gaza
Leia a íntegra da declaração conjunta:
“Declaração conjunta de Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Polônia, Portugal, Romênia, Reino Unido, Sérvia e Tailândia pela libertação dos reféns detidos em Gaza
Apelamos pela libertação imediata de todos os reféns do Hamas, que se encontram detidos em Gaza há mais de 200 dias. Entre eles estão os nossos próprios cidadãos. O destino dos reféns e da população em Gaza, que estão protegidos pelo direito internacional, é motivo de preocupação internacional.
Salientamos que o acordo sobre a mesa para a libertação dos reféns permitiria um cessar-fogo imediato e prolongado em Gaza, o que facilitaria o envio de assistência humanitária adicional necessária a toda a Faixa de Gaza e conduziria ao fim crível das hostilidades. Os habitantes de Gaza poderiam regressar a suas casas e a suas terras, com preparativos prévios para garantir abrigo e provisões humanitárias.
Apoiamos firmemente os esforços de mediação em curso para que nossos nacionais possam voltar para casa. Reiteramos o nosso apelo ao Hamas para que liberte os reféns e nos deixe pôr fim a esta crise, para que, coletivamente, possamos concentrar os nossos esforços em trazer paz e estabilidade à região.”