Sexta-feira, 18 de julho de 2025
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Segundo o jornal britânico Financial Times, os Estados Unidos pediram à China que negocie com o governo do Irã o controle dos ataques houthis, apoiado por Teerã, aos navios ocidentais no mar Vermelho. Apesar do pedido, o veículo afirma que as autoridades norte-americanas viram poucos sinais de ajuda de Pequim. 

Segundo a apuração, as autoridades têm levantado a questão com os altos responsáveis chineses nos últimos três meses. Mas, apesar de esforços como os do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, há poucas evidências de que a China tenha pressionado o Irã para conter os Houthis.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse nesta terça-feira (23/01) que Washington “acolheria com satisfação um papel construtivo da China, usando sua influência e acesso, pois ajudaria a conter o fluxo de armas e munições para os houthis“.

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Liu Jianchao, chefe do departamento internacional do Partido Comunista da China, que esteve em contato com funcionários norte-americanos sobre a questão, viajou ao Irã em dezembro, mas muito pouco ocorreu por parte de Pequim sobre o conflito, segundo Washington.

De acordo com a reportagem, a China apelou às “partes relevantes” para garantirem a passagem segura dos navios que navegam pelo mar Vermelho.

A embaixada chinesa nos Estados Unidos disse não ter detalhes das trocas com Liu, mas que a China está preocupada com a “escalada da tensão” no mar Vermelho. 

O porta-voz Liu Pengyu disse que o assunto serve aos interesses comuns da comunidade internacional e que a China instou “as partes relevantes a desempenharem um papel construtivo e responsável na manutenção de um mar Vermelho seguro e estável”.

Pelo lado chinês, pressão diplomática de Washington para ajuda no conflito seria defender 'interesses' norte-americanos, segundo fontes

Nadira Ali/Twitter

Grupo do Iêmen age em defesa da Palestina e contra ofensiva israelense na Faixa de Gaza

Para o especialista da CIA em China, Dennis Wilder, em entrevista ao Financial Times, Pequim já utilizou de sua influência com o Irã para abordar conflitos no Oriente Médio em busca de ganhos econômicos e geopolíticos. 

No entanto, neste contexto com os Houthis no Iêmen, a China “estaria muito relutante em usar a sua influência limitada sobre o Irã de uma forma que perceba os interesses avançados dos EUA sem benefício próprio”.

A pressão diplomática sobre Pequim surge em um momento em que os EUA e seus os aliados, em especial o Reino Unido, continuam bombardeando posições houthis no Iêmen, em resposta a pelo menos 33 ataques a navios comerciais que transitam pelo mar Vermelho desde meados de novembro.

Houthis expulsam representantes da ONU no Iêmen

De acordo com a agência de notícias Reuters, os Houthis ordenaram que funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) dos Estados Unidos e da Inglaterra atuantes no Iêmen deixem o território do país no prazo de um mês. 

A decisão do grupo foi tomada após os países ocidentais atacarem novos alvos no mar Vermelho. Os EUA assumiram os ataques, afirmando a destruição de dois mísseis anti-navio, informou o Comando Central dos EUA (CENTCOM).

“As forças dos EUA identificaram os mísseis em áreas do Iêmen controladas pelos Houthis e determinaram que eles representavam uma ameaça iminente aos navios mercantes e da marinha norte-americana na região”, disse o relatório.

Além dos ataques, na última semana o governo dos Estados Unidos adicionou os Houthis à sua lista de grupos terroristas. 

Por sua vez, o grupo do Iêmen age em defesa da Palestina e contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, financiada pelos Estados Unidos.

(*) Com Sputniknews e Tass