Segundo o jornal britânico Financial Times, os Estados Unidos pediram à China que negocie com o governo do Irã o controle dos ataques houthis, apoiado por Teerã, aos navios ocidentais no mar Vermelho. Apesar do pedido, o veículo afirma que as autoridades norte-americanas viram poucos sinais de ajuda de Pequim.
Segundo a apuração, as autoridades têm levantado a questão com os altos responsáveis chineses nos últimos três meses. Mas, apesar de esforços como os do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, há poucas evidências de que a China tenha pressionado o Irã para conter os Houthis.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse nesta terça-feira (23/01) que Washington “acolheria com satisfação um papel construtivo da China, usando sua influência e acesso, pois ajudaria a conter o fluxo de armas e munições para os houthis“.
Liu Jianchao, chefe do departamento internacional do Partido Comunista da China, que esteve em contato com funcionários norte-americanos sobre a questão, viajou ao Irã em dezembro, mas muito pouco ocorreu por parte de Pequim sobre o conflito, segundo Washington.
De acordo com a reportagem, a China apelou às “partes relevantes” para garantirem a passagem segura dos navios que navegam pelo mar Vermelho.
A embaixada chinesa nos Estados Unidos disse não ter detalhes das trocas com Liu, mas que a China está preocupada com a “escalada da tensão” no mar Vermelho.
O porta-voz Liu Pengyu disse que o assunto serve aos interesses comuns da comunidade internacional e que a China instou “as partes relevantes a desempenharem um papel construtivo e responsável na manutenção de um mar Vermelho seguro e estável”.
Nadira Ali/Twitter
Grupo do Iêmen age em defesa da Palestina e contra ofensiva israelense na Faixa de Gaza
Para o especialista da CIA em China, Dennis Wilder, em entrevista ao Financial Times, Pequim já utilizou de sua influência com o Irã para abordar conflitos no Oriente Médio em busca de ganhos econômicos e geopolíticos.
No entanto, neste contexto com os Houthis no Iêmen, a China “estaria muito relutante em usar a sua influência limitada sobre o Irã de uma forma que perceba os interesses avançados dos EUA sem benefício próprio”.
A pressão diplomática sobre Pequim surge em um momento em que os EUA e seus os aliados, em especial o Reino Unido, continuam bombardeando posições houthis no Iêmen, em resposta a pelo menos 33 ataques a navios comerciais que transitam pelo mar Vermelho desde meados de novembro.
Houthis expulsam representantes da ONU no Iêmen
De acordo com a agência de notícias Reuters, os Houthis ordenaram que funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) dos Estados Unidos e da Inglaterra atuantes no Iêmen deixem o território do país no prazo de um mês.
A decisão do grupo foi tomada após os países ocidentais atacarem novos alvos no mar Vermelho. Os EUA assumiram os ataques, afirmando a destruição de dois mísseis anti-navio, informou o Comando Central dos EUA (CENTCOM).
“As forças dos EUA identificaram os mísseis em áreas do Iêmen controladas pelos Houthis e determinaram que eles representavam uma ameaça iminente aos navios mercantes e da marinha norte-americana na região”, disse o relatório.
Além dos ataques, na última semana o governo dos Estados Unidos adicionou os Houthis à sua lista de grupos terroristas.
Por sua vez, o grupo do Iêmen age em defesa da Palestina e contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, financiada pelos Estados Unidos.
(*) Com Sputniknews e Tass