Milhares de pessoas foram às ruas no centro de Tel Aviv, em Israel, neste sábado (20/01), em protesto contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os manifestantes exigiam a antecipação das eleições e também a libertação dos reféns mantidos pelo grupo palestino Hamas desde o dia 7 de outubro.
Com placas chamando Netanyahu de “a face do mal” e exigindo “eleições agora”, Israel registrou uma grande manifestação também em Haifa, no litoral do país. As pressões contra o primeiro-ministro cresceram após a divulgação de morte de mais dois reféns, comumente mortos pelos próprios ataques de Israel contra Gaza.
Avi Lulu Shamriz, pai de Alon Shamriz, um refém morto por engano pelas tropas israelenses no início da guerra, declarou à AFP em Tel Aviv que o gabinete de guerra de Netanyahu está a caminho de um desastre. “Do jeito que estamos indo, todos os reféns vão morrer. Não é tarde demais para libertá-los”, afirmou.
Assim, manifestantes foram às ruas para pedir ao gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que chegue a um acordo com o Hamas que garanta a libertação dos reféns.
Bakhtiar/Twitter
Pressões contra Netanyahu cresceram após divulgação de morte de mais dois reféns
A escalada da guerra na Faixa de Gaza tem gerado cada vez mais críticas por políticos rivais de Netanyahu. Yael Niv, que participava do governo do país, defendeu que Israel precisa de uma nova gestão para corrigir seu rumo: “a eliminação do Hamas não acontecerá por meio da guerra e escalada da violência”, acrescentou.
Netanyahu prometeu destruir o Hamas em resposta aos ataques sem precedentes do movimento em 7 de outubro, que resultaram na morte de cerca de 1,1 mil pessoas em Israel, na maioria civis.
Na época, mais de 240 pessoas foram capturadas e, após um cessar-fogo de uma semana em dezembro que permitiu a liberação de várias pessoas, pelo menos 132 seguem no território. Outros 27 foram mortos.
Os bombardeios que não poupam sequer escolas, hospitais e abrigos já deixaram quase 25 mil pessoas mortas na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças, aponta o Ministério da Saúde palestino.
A guerra segue sem trégua no país, e o primeiro-ministro israelense prometeu encerrá-la somente quando os membros do Hamas forem mortos. A comunidade internacional denuncia a falta de “clareza” sobre os objetivos do governo.
“Todo mundo no país, exceto sua coalizão venenosa, sabe que suas decisões não são para o bem do país, ele está apenas tentando se manter no cargo. Todos queremos vê-lo renunciar, mas ele nunca fará isso por meios próprios”, enfatizou Yair Katz, manifestante de 69 anos.
Mesmo antes do início da guerra, Netanyahu já enfrentava protestos contra as reformas que o governo tentava implementar, como a limitação dos poderes do judiciário.
(*) Com Sputniknews