O grupo palestino Hamas afirmou nesta quinta-feira (21/12) que só vai dialogar sobre acordos para a troca de prisioneiros após o fim da agressão de Israel na Faixa de Gaza, que já deixou cerca de 20 mil palestinos mortos. A informação foi divulgada por jornais locais, como o israelense Haaretz e o catari Al Jazeera.
O anúncio foi feito um dia após o Hamas rejeitar uma proposta de Israel para uma trégua de uma semana em troca de 40 reféns, dizendo que as negociações só começariam após o fim dos ataques.
O chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, em Doha no Catar, a quem garantiu que “a resistência continua poderosa e consistente apesar do volume considerável de ataques terrestres e marítimos, além das ofensivas aéreas contra a população de Gaza após 75 dias”, informou a agência Irna.
Haniyeh expressou gratidão à República Islâmica por acompanhar de perto os acontecimentos na Faixa de Gaza e disse que as suas reuniões com Amiradbollahian “são importantes porque mostram apoio a Gaza e à Palestina”.
Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו/Twitter
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e tenente-general Herzi Halevi
No encontro, Haniyeh reforçou que o Hamas está pronto para um cessar-fogo duradouro, mas que não o negociará enquanto Israel continuar a atacar a Faixa de Gaza. “A agressão contra o povo de Gaza por parte do regime sionista não tem precedentes”, afirmou o líder do Hamas.
Assim, novos foguetes foram lançados de Gaza, após cerca de 40 horas de relativa tranquilidade. As sirenes de alerta soaram nas comunidades israelenses próximas da Faixa, em particular em Nirim, informou o Exército local.
Pelo lado das tropas israelenses, nas últimas 24 horas ocorreram também cerca de 230 ataques contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza, com ataques aéreos ao campo de refugiados de Al Shati.
Em meio ao conflito, o Conselho de Segurança da ONU deve votar em uma nova resolução, redigida pelos Emirados Árabes Unidos, também nesta quinta, após o adiamento da reunião que deveria ter ocorrido nesta terça-feira (19/12).
Na versão final, o texto apela a “pausas urgentes e prolongadas e corredores humanitários” e à libertação de todos os reféns, incentivando as “partes no conflito em Gaza a respeitarem as suas obrigações ao abrigo do direito internacional sobre a proteção de civis” e a “se abster de privar a população civil da serviços básicos e de assistência humanitária essenciais à sobrevivência”.
(*) Com Ansa