Dois dias após o lançamento de mísseis e drones contra o território israelense, o governo do Irã falou nesta segunda-feira (15/04) em “resposta mais forte” caso Israel realize novas agressões.
A fala foi do ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, ao seu seu homólogo russo, Sergei Lavrov, durante conversa.
Segundo o chanceler iraniano, o ataque de sábado (13/04) foi apenas uma “advertência” para “desencorajar o regime sionista”. “Mas se Israel tomar uma nova ação contra o Irã, terá de enfrentar uma resposta muito mais forte”, disse.
Teerã lançou centenas de mísseis e drones contra Israel, em retaliação ao ataque do início de abril contra sua embaixada em Damasco, na Síria, mas o bombardeio não causou danos significativos.
Segundo o Exército israelense, “99% dos ataques” foram interceptados pelo sistema de defesa, conhecido como Domo de Ferro, e por bases de aliados estratégicos na região, como os Estados Unidos, a Jordânia e o Reino Unido.
A posição do Irã em relação novos ataques também foi alertada ao chanceler alemão. A emissora catari Al Jazeera noticiou que Amir-Abdollahian também disse ao seu homólogo que o objetivo da operação foi para transmitir uma mensagem e não infligir danos reais às instalações militares de Israel.
Já o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã emitiu um comunicado afirmando que dará a Israel uma resposta pelo menos dez vezes maior se continuar com suas agressões.
O comunicado destaca que o Irã não tem nenhuma outra ação militar contra Israel em sua agenda.
Sem avanços no Conselho da ONU
Em sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas no último domingo (14/04), o Irã reivindicou seu direito à “autodefesa”, enquanto Israel cobrou sanções contra o governo dos aiatolás.
A sessão que foi convocada de forma emergencial após o ataques de sábado foi finalizada sem nenhum tipo de condenação, documento final ou sanções contra Teerã.
A reunião não previa a votação de uma resolução, mas era esperado que o Conselho emitisse ao menos um posicionamento oficial em relação ao episódio.
Entenda a ofensiva do Irã contra Israel
Direcionados ao Sul de Israel, a mais de mil quilômetros do Irã, os projéteis levaram horas para se aproximar do território israelense. Os ataques do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (como são conhecidas as Forças Armadas do Irã, cuja sigla é IRGC) envolveram o disparo de 300 drones militares, sendo 100 mísseis balísticos e de cruzeiro.
Segundo as Forças Armadas, foram praticamente todos interrompidos, classificando os resultados da ação como “danos mínimos”.
A ação foi considerada uma retaliação contra a destruição da embaixada do Irã em Damasco, na Síria, ocasionada por um atentado explosivo promovido por Israel no dia 1º de abril, que resultou na morte de alguns altos oficiais militares iranianos, entre eles o general Mohammad Reza Zahedi.
(*) Com Ansa.