O governo de Israel prepara uma reação ao ataque com mísseis e drones realizado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (como são conhecidas as Forças Armadas do Irã, cuja sigla é IRGC) na noite deste sábado (13/04), mas esta, aparentemente, não contará com o apoio dos Estados Unidos.
A informação foi publicada neste domingo (14/04) pelo jornal israelense Jerusalem Post, e está baseada em uma fonte dentro do gabinete do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.
Segundo um funcionário do governo, minutos depois do ataque iraniano, Netanyahu teve uma conversa por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que durou cerca de meia hora e que teria terminado com um alerta do norte-americano de que seu país não pretende se envolver em uma possível ação ofensiva contra o Irã.
No entanto, Biden teria prometido ao premiê israelense que reuniria os demais líderes do G7 neste domingo para coordenar uma “resposta diplomática unida ao ataque realizado pelo Irã”.
Oficialmente, Biden se manifestou através de uma declaração na qual reafirmou “o compromisso férreo dos Estados Unidos com a segurança de Israel”.
Sobre a conversa com Netanyahu, o mandatário norte-americano disse haver expressado ao premiê que “Israel demonstrou uma capacidade notável de se defender e derrotar até ataques sem precedentes – enviando uma mensagem clara aos seus inimigos de que não podem ameaçar eficazmente a segurança de Israel”, afirmou Biden.
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Retaliação de Israel ao Irã não deve contar com apoio dos EUA
Reações de Israel e Irã
O governo do Irã e o IRGC fizeram um alerta neste domingo, para Israel e para os Estados Unidos, recomendando não reagir ao ataque deste sábado.
“Um próximo ataque ao território israelense será mais grave do que a ação militar desta noite”, advertiu o chefe do Estado Maior do Irã, general Mohammad Bagheri, em uma declaração à televisão estatal iraniana.
O comandante do IRGC, Hossein Salami, também manifestou, através de um comunicado, que Teerã retaliará qualquer ataque israelense contra seu território, seus funcionários ou cidadãos.
Em todas as manifestações de líderes iranianos, foi mencionado o fato de que o ataque deste sábado contra Israel foi uma retaliação ao bombardeio israelense contra o complexo diplomático iraniano na Síria, que matou o general Mohammad Reza Zahedi, no dia 1º de abril.
Já as versões de Israel para o ataque iraniano entraram em contradição na manhã deste domingo. Primeiramente, Tel Aviv soltou um comunicado dizendo que “quase nenhum drone ou míssil iraniano violou o espaço aéreo israelense”, e que os danos haviam sido mínimos. Naquele então se reportou apenas uma menina menor de idade ferida.
Horas depois, o governo israelense admitiu que havia cerca de 30 pessoas feridas no total, incluindo dois menores de idade em estado grave. Ainda assim, insistiu na narrativa de que o Domo de Ferro evitou que os danos fossem maiores.