O porta-voz das Forças Armadas de Israel (IDF), Daniel Hagari, disse em pronunciamento nesta quarta-feira (03/01) que o país disponibilizou tropas para ficarem de prontidão no caso de que o Hamas realize ações de retaliação pelo assassinato de Saleh al-Arouri.
“Estamos prontos para qualquer cenário”, assegurou Hagari diante de questionamentos acerca se o país está preparado para possível reação do Hamas ao ataque explosivo com drone realizado na terça-feira (02/01) em Beirute, que matou al-Arouri, considerado o número dois do comitê político do movimento de resistência palestina.
Embora Israel não tenha assumido a responsabilidade pelo ataque em Beirute, a importância de al-Arouri como figura de liderança do Hamas é usada como desculpa para justificar os preparativos para uma possível retaliação.
Al-Arouri era o braço direito de Ismail Haniyeh e liderava as ações do Hamas na Cisjordânia. Ele também foi um importante contato com o grupo xiita libanês Hezbollah.
Além disso, o Departamento de Estado norte-americano classificava o líder palestino como “terrorista” e oferecia uma recompensa de US$ 5 milhões por informações sobre ele.
Reação do Hamas
A morte de al-Arouri levou o principal líder do Hamas, Ismail Haniyeh, a fazer um pronunciamento, no qual disse que “um movimento cujos líderes e fundadores caem como mártires pela dignidade do nosso povo e da nossa nação nunca será derrotado”.
Haniyeh também ressaltou que considera o ataque que matou o al-Arouri como uma ação realizada por Israel, que esta configura “uma violação da soberania do Líbano” e que deve resultar em uma “expansão regional” da guerra em curso na Faixa de Gaza.
IDF
Daniel Hagari não quis confirmar a participação de Israel no atentado contra Saleh al-Arouri
Nesta quarta-feira, as cidades de Nablus e Ramallah registraram manifestações recordando o falecido líder do Hamas, atendendo a um apelo da Autoridade Palestina.
O jornal libanês L’Orient Le Jour noticiou que em Arura, uma pequena aldeia ao norte de Ramallah, de onde Saleh al-Arouri era natural, a bandeira verde do Hamas tremulou acima da casa da família.
Risco de expansão do conflito
Um comunicado difundido pelo Hezbollah noite de terça-feira, horas depois do assassinato de al-Arouri, afirma que o grupo xiita libanês considera que a ação foi “uma agressão grave contra o Líbano” e também “uma séria escalada na guerra entre o inimigo e o ‘eixo de resistência’”.
A expressão “eixo de resistência” costuma ser usada pelo Hezbollah para designar a aliança que reúne o próprio grupo, o Irã e outros movimentos regionais que lutam contra as ações de Israel.
“Este crime não ficará sem resposta nem impune”, acrescentou o comunicado.
Segundo a imprensa libanesa, o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deve difundir um discurso na noite desta quarta-feira, com uma posição mais clara do grupo sobre a morte de al-Arouri e suas consequências.