Com o prazo do Exército de Israel para que todos os palestinos da região norte da Faixa de Gaza deixem o local se esgotando, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse ser impossível retirar cerca de 1,1 milhão dos resistentes que ali vivem.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que transferir esse contingente de pessoas “através de uma zona de guerra” é “extremamente perigoso e, em alguns casos, simplesmente impossível”.
A fala ocorreu em breves declarações na sede da ONU em Nova York, nos Estados Unidos. Para Guterres, a situação é ainda mais complicada por conta do cerco total de Israel à Faixa de Gaza, que está sem água, comida, eletricidade e, segundo ele, sem alojamento.
“Os hospitais não poderiam aceitar pacientes e o sistema de saúde está à beira de um colapso“, disse. De acordo com o secretário-geral da ONU, ele pediu um “acesso humanitário à população. Até as guerras tem regras”.
Organizações de direitos humanos afirmam que Israel vem atacando sistematicamente escolas, hospitais e abrigos para refugiados. Desde que Israel passou a atacar a Faixa de Gaza, após uma ofensiva do grupo palestino Hamas, no último sábado (07/10), cerca de 2.700 bombardeios já foram feitos em Gaza.
Mais cedo, o porta-voz da entidade internacional, Stéphane Dujarric, disse que a invasão onde moram cerca de 1,1 milhão de palestinos teria “consequências humanitárias devastadoras”. “A ONU apela veementemente para que qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada, evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa”, disse Dujarric.
Na tarde de quinta-feira (12/10), o Exército israelense afirmou que 300 mil soldados estão na fronteira com o norte de Gaza prontos para invadir o território.
Porém, segundo a agência de notícias Al Jazeera, o Hamas, grupo palestino que dirige a Faixa de Gaza, afirmou que o aviso de evacuação do exército israelense era “propaganda falsa”. O grupo pediu para que os palestinos que moram no norte de Gaza “permaneçam firmes em suas casas e permaneçam firmes diante desta repugnante guerra psicológica travada pela ocupação” israelense.
(*) Com Brasil de Fato.