O ex-conselheiro do Pentágono advertiu neste domingo (07/04) que os Estados Unidos devem parar de intervir em países estrangeiros com o objetivo de expandir sua influência política. Douglas Macgregor, que é coronel aposentado do exército norte-americano e um dos principais críticos sobre o apoio do presidente Joe Biden à Ucrânia, no conflito com a Rússia, classificou as ações da Casa Branca nas duas últimas décadas como “estúpidas”.
“Precisamos parar de marchar para outros países e tentar forçar as pessoas a se tornarem como nós”, disse o antigo funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, por meio da plataforma X, acrescentando que, por essa conduta, o país sofreu um prejuízo de 14 trilhões de dólares (aproximadamente 70,9 trilhões em reais) em 20 anos.
We have lost $14 TRILLION over the last 20 year on dumb interventions in other countries.
What good has it done? pic.twitter.com/Kiv1L6wYOC
— Douglas Macgregor (@DougAMacgregor) April 7, 2024
Ainda nesta segunda-feira (08/04), Macgregor ressaltou a necessidade do país em “voltar para casa” e se organizar uma vez que “a guerra não é a resposta para todos os problemas da política externa”.
War is not the answer to every single foreign policy problem.
What we need to do is come home.
We need to get this country organized.
— Douglas Macgregor (@DougAMacgregor) April 8, 2024
Na semana anterior, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, indicou que o apoio norte-americano à adesão da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) permanece firme. A declaração foi dada na cúpula do 75º aniversário da aliança militar, na cidade belga de Bruxelas.
“A Ucrânia se tornará uma integrante da Otan. Nosso objetivo na cúpula é ajudar a construir uma ponte para essa adesão”, disse Blinken à imprensa.
O chefe da diplomacia norte-americana ainda afirmou que a OTAN, liderada por Washington, é um bloco defensivo que não tem “planos” para tomar o território de qualquer outro país do mundo. No entanto, vale lembrar que ao longo de seus 75 anos de história, o organismo realizou uma série de ataques militares e intervenções em países como Líbia, Iugoslávia, Iraque e Afeganistão.
A aliança internacional também é conhecida por ter feito uma parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos para patrocinar a Operação Gladio, um programa secreto que apoiou paramilitares de extrema direita em toda a Europa.
Em março, a missão diplomática russa na Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou uma reunião do Conselho de Segurança para marcar o 25º aniversário da campanha de bombardeios realizada pela OTAN contra a Iugoslávia durante a Guerra do Kosovo em 1999.
Várias nações aliadas à Casa Branca apresentaram objeções à reunião proposta, afirmando não ser um tópico relevante o suficiente para se incluir na agenda do Conselho de Segurança sob a categoria “ameaças à paz e à segurança internacionais”.
(*) Com Sputnik News