O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta sexta-feira (28/07) que o governo russo está aberto ao diálogo sobre a guerra na Ucrânia, mas que a gestão de Volodymyr Zelensky se recusa.
“O lado russo segue aberto, o mesmo não pode ser dito sobre o ucraniano. Os ucranianos se apegaram às suas posições irreconciliáveis. Estão agora em uma , mas ainda assim seguem rejeitando as oportunidades para o diálogo”, disse ele, segundo agência russa de notícias Tass.
Peskov também informou que o presidente russo, Vladimir Putin, fará um discurso ainda nesta sexta sobre a questão da Ucrânia, ao lado de representantes de países africanos que participam da cúpula Rússia-África em São Petesburgo.
Na quinta-feira (27/07), Putin prometeu que irá enviar gratuitamente, nos próximos quatro meses, entre 25 e 50 mil toneladas de grãos a seis países africanos: Burkina Faso, Mali, Somália, República Centro-Africana, Eritreia e Zimbábue.
Com isso, a medida é uma tentativa de amenizar a repercussão da saída da Rússia do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro, que autorizava um corredor para escoar a produção de cereais ucranianos para exportação.
Após o anúncio, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que a doação não ameniza o risco de insegurança alimentar aumentado pelo fim do acordo. “Ao retirar milhões e milhões de toneladas de grãos do mercado, os preços aumentarão. Não é com um punhado de doações a alguns países que o impacto dramático será corrigido”, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
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Kremlin afirma que governo russo está aberto ao diálogo sobre a guerra na Ucrânia
Mesmo que, segundo o governo russo, Zelensky não queira dialogar, o líder da Ucrânia segue buscando alianças e solidariedade. O presidente ucraniano sugeriu ao seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, marcar uma reunião junto com os líderes dos países latino-americanos para que eles ouçam a mensagem de Kiev.
“A América Latina é muito importante para mim, o Brasil e outros países também. Sim, eu gostaria “de viajar o Brasil”. Se eu receber um convite, eu irei”, afirmou em entrevista à Globo News. Zelensky também convidou o presidente brasileiro para atuar como líder regional e reunir outros chefes de Estado para ouvir as mensagens da Ucrânia.
A relação entre Brasil e Ucrânia passou por estremecimentos com o incômodo do Zelensky com a posição neutra do governo Lula em relação à guerra da Ucrânia. No início de maio, Lula e Zelensky participaram da cúpula do G7, em Hiroshima, mas não conseguiram se reunir bilateralmente. Segundo o presidente brasileiro, Zelensky “não compareceu”.
Para o Itamaraty, ao comentar as declarações de Zelensky sobre uma possível visita ao Brasil, o presidente ucraniano é “bem-vindo” no país.
(*) Com Ansa e Brasil de fato.