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Em 24 de fevereiro de 1582, o Papa Gregório XIII publica a bula “Inter gravissimas”, que reformou o calendário juliano. Hoje, o calendário gregoriano é seguido pela maioria dos países, incluindo a China, desde 1949.
Naquela data, ficou definido que quinta-feira, 4 de outubro de 1582, seria imediatamente seguido de sexta-feira 15 de outubro para compensar a diferença acumulada ao longo de séculos entre o calendário juliano e as efemérides astronômicas.
O calendário foi imediatamente adotado por Espanha, Itália, Portugal e Polônia. Na França, Henrique III decreta o ajuste dos dias em dezembro. O Reino Unido e os países protestantes apenas adotaram o novo calendário no século XVIII, preferindo, segundo o astrónomo Johannes Kepler, “estar em desacordo com o Sol a estar de acordo com o Papa”.
A mudança começou quando o papa reuniu um grupo de especialistas para corrigir o calendário juliano, com o objetivo de regressar o equinócio da primavera para o dia 21 de março e desfazer o erro de 10 dias existente na época. Após cinco anos de estudos, foi promulgada a bula papal “Inter Gravissimas”.
Os anos bissextos são a diferença principal entre os dois calendários. No juliano, há anos bissextos de quatro em quatro anos. No segundo, segue-se essa regra, mas acrescenta-se mais duas: 1) os anos divisíveis por 100 e cujo resto é zero – 1700, 1800, 1900 – não são bissextos; 2) mas os anos divisíveis por 400 já são, como foram os de 1600 e 2000. Com isto aproximou-se o ano do calendário ao ano solar.
Calendário juliano
O calendário juliano continua sendo adotado em países cristãos ortodoxos, como a Rússia. Adotado em 46 a.C. pelo imperador Júlio César, ele modificava o calendário romano, que tinha dez meses. Dois meses, Unodecembris e Duocembris foram adicionados ao final do ano de 46 a.C., deslocando assim Januarius e Februarius para o início do ano de 45 a.C..
Os dias dos meses foram fixados numa sequência de 31, 30, 31, 30… de Januarius a Decembris, à exceção de Februarius, que ficou com 29 dias e que, a cada três anos, teria 30 dias. Com estas mudanças, o calendário anual passou a ter 12 meses, que somavam 365 dias. O mês de Martius, que era o primeiro mês do ano, continuou sendo a marcação do equinócio.
Curiosidade: em 44 a.C., o líder Júlio César foi homenageado pelo Senado, que mudou o nome do mês Quintilis para Julius, um mês de 31 dias.
Também nesta data:
1607 – Monteverdi apresenta “Orfeo” a primeira obra-prima operística
1848 – Rei Luis Filipe I da França abdica do trono
1895 – Começa a segunda guerra pela independência de Cuba
1920 – Hitler revela em discurso em Munique o embrião do programa nazista
1956 – Khruschov denuncia “crimes de Stalin”
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