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Vista aérea do vulcão Etna, na Sícilia
Em 8 de março de 1669, o vulcão Etna, localizado na ilha da Sicília da atual Itália, começa a ribombar fortemente. Múltiplas erupções durante as semanas que se seguiram mataram mais de 20 mil pessoas, deixando outros milhares sem teto. A maioria das vítimas poderia se safar fugindo das lavas, mas decidiu permanecer, em uma vã tentativa de salvar a sua cidade.
A Sicília é a maior das ilhas do mar Mediterrâneo, separada da Calábria, na península itálica, pelo estreito de Messina, que possui apenas três quilômetros de largura. Devido à sua posição geográfica, sempre teve um papel de importância nos eventos históricos que tiveram como protagonistas os povos do Mediterrâneo.
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Erupção do vulcão Etna em 2002 fotrografada pela ISS (sigla em inglês de Estação Espacial Internacional)
O monte Etna domina a ilha da Sicília. Atingindo cerca de 3.400 metros acima do nível do mar na região nordeste da ilha, pode ser avistado em quase toda a parte dos 25.700 quilômetros quadrados da região. O vulcão Etna é o mais alto da Europa e um dos mais altos do mundo, além da montanha mais alta da Itália ao sul dos Alpes. Sua altura pode variar devido às freqüentes erupções. É um dos mais ativos vulcões da Terra e está praticamente em constante erupção.
A história geológica do Monte Etna demonstra que periodicamente expeliu cinza e lava durante milênios. A primeira erupção registrada foi em 475 a. C. Em 1169, um terremoto que antecedeu a uma erupção matou 15 mil pessoas. A despeito dos perigos de viver perto de um vulcão ativo, as erupções fizeram das terras dos arredores um solo bastante fértil, de modo que muitos vilarejos se desenvolveram no sopé da montanha.
Quando o Etna principiou a estrondear e expelir gás naquele 8 de março, os moradores ao redor ignoraram os sinais de perigo de uma erupção gigantesca. Três dias depois, o vulcão começou a expelir fumaça tóxica em grande quantidade. Aproximadamente 3 mil pessoas que viviam no sopé da montanha morreram asfixiadas.
O pior viria em seguida. O Etna passou a expelir tremendas quantidades de cinza e lava derretida. A cinza foi emitida com tal força que quantidades significativas foram dar na parte meridional da península italiana, em alguns casos a 160 quilômetros de distância. A lava começou a escorrer no lado sul da montanha na direção da cidade de Catânia, distante 30 quilômetros ao sul, ao longo da costa.
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À época, a cidade de Catânia tinha cerca de 20 mil moradores. Muitos não quiseram fugir imediatamente. Ao contrário, liderados por Diego de Pappalardo, residente na cidade, um grupo de 50 homens dirigiu-se ao Etna, tentando desviar o fluxo da lava. Vestindo couro de boi ensopado de água, os homens aproximaram-se corajosamente da lava com varas de ferro, picaretas e pás. Conseguiram cavar um buraco na lava endurecida que formou um muro ao lado do fluxo da lava derretida.
Muito desse fluxo começou a fluir pela abertura na direção oeste. No entanto, os residentes em Paterno, localidade situada a sudoeste do Etna, que acompanhavam as tentativas, logo se deram conta que o novo curso poderia pôr em perigo sua própria cidade. Fizeram com que o pessoal de Catânia largasse seu trabalho, enquanto a lava endurecida cobria novamente o buraco.
Durante várias semanas, a lava escorreu em direção a Catânia e ao mar e ainda assim seus residentes resistiam em deixar a cidade. Aparentemente, mantinham-se esperançosos que a erupção cessaria e que os antigos muros que cercavam a cidade conseguiriam protegê-los. Não foi o caso. Os muros foram rapidamente destruídos pelas altíssimas temperaturas da lava e perto de 17 mil moradores de Catânia morreram. Grande parte da cidade foi destruída.
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Cratera lateral de erupção ocorrida entre 2002 e 2003, próxima da Torre del Filosofo
Catânia não foi a única cidade afetada, a erupção varreu outras 14 localidades, deixando cerca de 27 mil pessoas sem casa.
Em seguida a esse desastre natural, decretou-se a proibição na Itália de se interferir no curso natural da lava, uma regulamentação que permaneceu em vigor por séculos a fio.
Também nessa data:
1500 – Esquadra de Pedro Álvares Cabral deixa Lisboa para descobrir o Brasil
1817 – É fundada a Bolsa de Valores de Nova York
1869 – Morre em Paris o compositor Hector Berlioz
1910 – Raymonde de Laroche é a primeira mulher a fazer um voo solo
1917 – Tem início a Revolução de Fevereiro, na Rússia