Atualizada em 26/05/2017
O czar Nicolau II e sua esposa, Alexandra Fedorovna, são coroados na catedral ortodoxa da Assunção, ao lado do Kremlin, em 26 de maio de 1896. Durante a longa cerimônia, Nicolau recebeu o cetro e o colar da Ordem de Santo André. O colar se desenganchou e caiu ao chão. Os místicos da corte interpretaram esse incidente como um mau presságio. A Revolução de Fevereiro de 1917 obrigaria o czar a abdicar. A família imperial seria executada em julho de 1918.
Nicolau não estava treinado nem tinha inclinação para governar, o que prejudicou a autocracia, que ele queria preservar, numa época em que se buscava mudanças, desesperadamente. Nascido em 1868, sucedeu ao pai, o czar Alexander III, morto em novembro de 1894. No mesmo mês, o herdeiro se casou com Alexandra, que viria a exercer grande influência sobre ele. Após um período de luto pelo falecimento do antecessor, Nicolau e Alexandra foram coroados.
Nicolau resistiu aos apelos de reformas e buscou manter o absolutismo czarista, embora não dispusesse de força de vontade necessária para tanto. O desastroso desfecho da Guerra Russo-Japonesa desembocou na Revolução Russa de 1905, que Nicolau somente conseguiu aplacar após a aprovação de uma assembléia de representantes – a Duma – e promessa de reformas constitucionais. O czar logo recuou dessas concessões e reiteradamente dissolvia a Duma, contribuindo para um crescente apoio popular aos bolcheviques e outros grupos revolucionários.
Em 1914, Nicolau conduziu seu país a outra guerra onerosa – a Primeira Guerra Mundial. O descontentamento cresce à medida que escasseiam os alimentos e derrotas devastadoras frente à Alemanha demonstram a total ineficiência da Rússia. Em 1915, o czar pessoalmente assume o comando do exército, deixando a czarina no controle da política doméstica. A corte, nesta altura, estava sob o domínio do místico Rasputin, que punha a dispunha dos ministros.
Renúncia ao trono
Em fevereiro de 1917, a guarnição de Petrogrado juntou-se aos operários em greve para exigir reformas socialistas. Nicolau, pressionado, abdica em favor de seu irmão Miguel, que recusa a coroa, o que põe fim à autocracia czarista. Nicolau, sua mulher e filhos foram detidos no palácio de Czarskoye Selo pelo governo provisório e em agosto levados a Tobolsk na Sibéria Ocidental por pressão do soviet de Petrogrado, a poderosa coalizão de conselhos de soldados e trabalhadores que dividia o poder com o governo provisório no primeiro estágio da Revolução Russa.
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Em outubro de 1917, os bolcheviques liderados por Vladimir Lenin tomam o poder e estabelecem o primeiro Estado operário da história. Em abril de 1918, Nicolau e sua família são transferidos para Yekaterinburg nos Urais, o que selou seu destino. Eclode a guerra civil em junho de 1918 e em julho o exército branco avança sobre Yekaterinburg durante uma campanha contra o recém-formado Exército Vermelho. Foram dadas ordens às autoridades locais para evitar o resgate dos Romanovs e após uma reunião secreta do soviet de Yekaterinburg, foi decretada a sentença de morte da família imperial.
Logo após a meia-noite de 17 de julho, ordenou-se a Nicolau, Alexandra, seus cinco filhos e outros quatro familiares que se vestissem rapidamente e descessem ao sótão. Ali, todos eles foram dispostos em duas fileiras para a tomada de fotografia, dizendo-lhes que era para acabar com os rumores de que haviam escapado. De repente, uma dezena de homens armados irrompe no local e abate a família imperial com rajadas de fuzil.
Os restos mortais de Nicolau, Alexandra e três de seus filhos foram exumados numa floresta perto de Yekaterinburg em 1991 e identificados. O príncipe Alexei e uma filha não foram encontrados, alimentando a lenda que Anastásia, a filha caçula dos Romanovs, havia sobrevivido à execução.
Outros fatos marcantes da data:
26/05/1897 – É lançado “Drácula”, de Bram Stoker
26/05/1908 – Congresso uruguaio suprime o ensino religioso nas escolas
26/05/1940 – Operação Dínamo, codinome da Retirada de Dunquerque, é desencadeada