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O dirigível USS Los Angeles sobrevoa Manhattan
Atualizado em 2 de julho de 2015, às 6h
Nos céus sobre o Lago Constança na Alemanha, o conde Ferdinand Graf von Zeppelin, um oficial do exército prussiano na reserva, demonstra em 2 de julho de 1900, com sucesso, o primeiro dirigível aéreo rígido do mundo. O aparelho de 140 metros de comprimento, no formato de um charuto, levantou vôo impelido pelo gás hidrogênio, movimentando-se impulsionado por um motor de 16 cavalos-força.
Zeppelin se havia interessado inicialmente em viagem aérea de menos-pesado-que-o-ar em 1863, quando, como observador militar na Guerra Civil Americana, participou de diversas subidas em balões de observação das forças da União do norte que estavam em guerra contra os Confederados do sul.
Em 1891, deu baixa no exército prussiano para se dedicar inteiramente à fabricação de dirigíveis propelidos a motor. Em 1900, testou com sucesso sua primeira nave aérea.
Embora um inventor francês tenha construído um dirigível motor-propelido várias décadas antes, o dirigível rígido de Zeppelin, com sua estrutura metálica, era de longe o maior dirigível jamais construído. A exemplo do dirigível francês, o de Zeppelin subia aos céus empregando gás hidrogênio altamente inflamável, portanto vulnerável à explosão.
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O criador do dirigível, o alemão conde Ferdinand Graf von Zeppelin
Durante a I Guerra Mundial diversos “zepelins,” como todos os dirigíveis rígidos passaram a ser popularmente conhecidos, foram usados pelos alemães nas missões de bombardeio sobre o Reino Unido.
Depois da Guerra, incrementou-se o serviço comercial de passageiros nessas aeronaves, e um dos mais famosos dirigíveis rígidos, o Graf Zeppelin, viajou ao redor do mundo em 1929.
Nos anos 1930, o Graf Zeppelin foi também o pioneiro ao levar a cabo a primeira viagem transatlântica, o que encorajou a se construir o maior dos dirigíveis jamais fabricado, o Hindenburg.
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Esse dirigível, com 245 metros de comprimento e sustentado no ar por 200 mil metros cúbicos de hidrogênio, saiu de Hamburgo e cruzou o Atlântico a 110 km/h. Na noite de 6 de maio de 1937, o gigantesco Hindenburg preparava-se para descer no campo de pouso da base naval de Lakehurst, em Nova Jersey, Estados Unidos, com 97 ocupantes a bordo, sendo 36 passageiros e 61 tripulantes, vindos da Alemanha. Durante as manobras de pouso, às 19h30, um incêndio tomou conta da aeronave. O saldo foi de 13 passageiros e 22 tripulantes mortos e um técnico em solo, no total de 36 pessoas. Como o gás hidrogênio, altamente inflamável, era usado para mantê-lo no ar o incêndio tomou conta e durou exatos 30 segundos. O governo alemão também sugeriu, à época, que uma sabotagem derrubara o grandioso zepelim, que representava a superioridade tecnológica daquele país.
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O momento da explosão do Hindenburg, em Nova Jersey
A comissão americana, que investigou o acidente junto com a companhia Zeppelin, atribuiu falha humana ao acidente. Uma brusca manobra momentos antes do pouso causou o rompimento de um dos tanques de hidrogênio e uma faísca dera a início à ignição.
No entanto, uma investigação recente conduzida pela Nasa encontrou outra possível causa para a ignição que deu origem ao incêndio. Analisando pedaços do material utilizado na cobertura do dirigível, foi constatado tratar-se de material extremamente inflamável – nitrocelulose recoberta por uma película de alumínio – e que o fogo teria sido causado por uma faísca provocada pela eletricidade estática acumulada na aeronave.
Uma aeronave de dimensões idênticas, o LZ-130 Graf Zeppelin II, que substituiria o veterano LZ-127, chegou a ser construída por completo. Mas foi desmontada em 1940, sem nunca ter operado regularmente.
O incêndio do Hindenburg encerrou a era dos dirigíveis na aviação comercial de passageiros.
Também nesta data:
1778 – Morre Jean-Jacques Rousseau, filósofo que inspirou a Revolução Francesa
1839 – Negros rebelam-se na escuna Amistad
1619 – Morre Olivier de Serres, considerado o pai da agronomia
1961 – Morre o escritor e jornalista norte-americano Ernest Hemingway