Em 7 de março de 1936, em razão de um acordo franco-soviético, Hitler ocupa a região da Renânia, em flagrante violação ao Pacto de Locarno. Esse pacto, firmado em 16 de outubro de 1925, decorreu de uma conferência internacional aberta no dia 5 de outubro precedente na cidade suíça de mesmo nome, às margens do Lago Maior.
Segundo esse documento, a Alemanha reconhecia a inviolabilidade das fronteiras definidas no Tratado de Versalhes e se comprometia a não a modificar pela força e a recorrer sempre no caso de necessidade a uma arbitragem internacional. Além aceitar a completa desmilitarização da Renânia. Em compensação, teria direito de entrar na Liga das Nações.
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O Pacto de Locarno na data de sua assinatura, com os chanceleres Gustav Streseman, da Alemanha, Austen Chamberlain, do Reino unido, e Aristide Briand, da França
O assim chamado “espírito de Locarno” simbolizava as esperanças de uma era de paz e boa vontade na Europa. Em 1930, o ministro alemão de Relações Exteriores, Gustav Stresemann, negociava a retirada das últimas tropas aliadas da desmilitarizada Renânia.
Contudo, exatos quarto anos mais tarde, Adolf Hitler e seu Partido Nazista assumem o controle total do poder na Alemanha, prometendo vingança contra as nações aliadas que “haviam forçado o povo da Alemanha a aceitar os termos do Tratado de Versalhes”.
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Destacamentos do exército alemão atravessam naquele dia de março de 1936 o rio Reno e entram na cidade de Colônia, Maiença e Treves, sem que os franceses opusessem qualquer resistência. Estrasburgo estaria doravante no raio de ação de fogo dos canhões alemães.
Nenhuma das garantias militares que a vitória de 1918, na I Guerra Mundial, havia concedido à França, permaneceria de pé. De acordo com o historiador René Remond, “o 7 de março de 1936 era provavelmente a derradeira oportunidade de dar um basta à política de fatos consumados do Terceiro Reich”.
O Tratado de Versalhes, assinado em julho de 1919, oito meses depois que as armas silenciaram com o término da I Guerra Mundial, exigiu o pagamento de pesadas reparações de guerra e outras formas de punição à derrotada Alemanha. Forçada a assinar o tratado, a delegação germânica à conferência de paz manifestou seu inconformismo, faltando, em decisão de última hora, à cerimônia de assinatura do tratado. Conforme os ditames do Tratado de Versalhes, as forças militares da Alemanha deveriam ser reduzidas a proporções insignificantes e a Renânia deveria ser desmilitarizada.
Em 1935, Hitler cancela unilateralmente as cláusulas militares desse tratado e em março de 1936 denuncia o Pacto de Locarno. Logo em seguida, dá início à remilitarização da Renânia. Dois anos depois, a Alemanha nazista sai do território que lhe fora destinado por Versalhes, anexa a Áustria e porções da Tchecoslováquia. Em 1939 invade a Polônia, desencadeando a II Guerra Mundial.
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