Atualizada em 25.abr.2015, às 6h
No dia 25 de abril de 1945, o Exército Vermelho fecha o cerco sobre Berlim, a capital da Alemanha. A Batalha de Berlim foi a derradeira batalha ocorrida em solo europeu durante a Segunda Guerra Mundial. Foi o corolário da maciça ofensiva soviética contra a Wehrmacht e em direção ao coração da Alemanha que levou pouco mais de dois anos após a dramática vitória do Exército Vermelho em Stalingrado concluída em 3 de fevereiro de 1943.
O planejamento final previa o lançamento simultâneo de diversos ataques no leste da Europa, desde o Mar Báltico até a região dos Cárpatos com o objetivo de invadir os países ainda ocupados pelos nazistas e chegar a Berlim antes dos Aliados Ocidentais.
A Batalha de Berlim durou de abril de 1945 até o início de maio. Em um dos últimos dias da batalha, Adolf Hitler cometeu suicídio. Poucos dias depois Berlim se entregava. Por fim, a Alemanha se rendeu seis dias depois do fim da batalha.
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Soldados russos segurando a bandeira soviética com o portão de Brandemburgo ao fundo, no centro de Berlim.
A Segunda Guerra Mundial partiu de Berlim, no verão europeu de 1939. Cinco anos e meio mais tarde, o conflito atingiu a cidade com todo o furor. Na batalha decisiva pela capital alemã, o Exército Vermelho dispunha de 2,5 milhões de soldados, 41.600 canhões, 6.300 tanques e 7.500 aviões para enfrentar menos de 100 mil soldados nazistas recrutados na última hora, inclusive adolescentes. Nessas circunstâncias, a defesa da capital do Terceiro Reich não tinha qualquer perspectiva. Apesar disso, foi dada a ordem estrita de defender Berlim “até o último homem e o último cartucho”.
O ataque às colinas de Seelow começou na madrugada de 16 de abril. O Primeiro Front Bielorusso abriu o ataque com fogo de artilharia e barragem de foguetes “Katiuchas”. O poder de fogo avassalador era sentido em Berlim, a pouco mais de sessenta quilômetros dali.
Mais ao sul, as tropas de Koniev também abriram fogo contra as posições alemãs. Sua infantaria e blindados T-34 avançavam sobre as defesas alemãs situadas do outro lado do Oder. Com a decisão do comando alemão de concentrar suas unidades na segunda linha de defesa, o fogo soviético, apesar de intenso, pouco dano causou. Os blindados não só encontraram muita lama e crateras abertas pela própria artilharia, como se viram diante de intactas unidades de defesa do inimigo.
Posicionada nas Seelow, a artilharia alemã possuía excelente visão dos atacantes às margens do rio. Seu poder de fogo não tardou a abrir clarões na compacta formação soviética.
Entrementes, o Primeiro Front Ucraniano obteve sucesso em seu avanço. Os exércitos de Koniev cruzaram o rio Oder com poucas baixas, fazendo os alemães recuarem. O Quarto Exército Panzer, sob comando do general Fritz Gräser lutava desesperadamente para manter as margens do rio, mas agora se via empurrado para trás e via iminente a ruptura de sua coesão. Suas unidades começavam a perder contato entre si uma vez que os soviéticos se infiltravam nos espaços abertos.
Diante das dificuldades de Zhukov em Seelow, Stalin autorizou que Koniev atacasse Berlim pelo sul. Destarte, no dia 18 de abril, Koniev ordenou que o Terceiro Exército de Tanques do general Pavel Rybalko e o Quarto Exército de Tanques do general Dmitri Lelyushenko desencadeassem as ações planejadas.
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O Primeiro Front Bielorusso realizava difíceis e lentos progressos em Seelow. Somente no dia 19 de abril os últimos remanescentes das tropas alemãs recuaram para Berlim. Estas tropas formariam grande parte das unidades que lutariam a definitiva batalha no interior da capital alemã. O Nono Exército Alemão nessa altura lutava desesperadamente para não ser cercado pelo avanço das tropas do Primeiro Front Ucraniano. As ordens de Hitler para que os soldados não cedessem um palmo de terra sem luta, custava pesadas baixas. No dia 20 de abril, aniversário do Führer alemão, as baterias do Primeiro Front Bielorusso começaram a fazer fogo sobre Berlim. Era o sinal claro, para aqueles que ainda mantinham alguma esperança, de que a guerra estava perdida.
Atacadas por poderosas pinças blindadas pelo leste e sul, as guarnições de Berlim resistiram por pouco mais de dez dias. No dia 30 de abril, Hitler cometeu suicídio. No dia seguinte, foi hasteada a bandeira soviética no Reichstag. Em 2 de maio, a cidade se rendia.
Os soviéticos sofreram de 20 a 25 mil baixas fatais na cidade e 81 mil durante toda a operação. Outros 280 mil foram reportados como feridos. Os alemães, por seu lado, sofreram com mais de 450 mil mortos, feridos ou desaparecidos, incluindo civis.
Após a morte de Hitler, o almirante Kerl Dönitz tornou-se o novo ReichsprÄsident e Joseph Goebbels o novo Reichskanzler. Contudo, o suicídio de Goebbels a 1º de maio de 1945 deixou ao primeiro a tarefa de negociar a rendição da nação alemã.
O alto comando e a maioria das forças armadas alemãs renderam-se incondicionalmente aos Aliados a 8 de maio de 1945. Embora algumas forças alemãs continuassem a lutar durante mais alguns dias, a guerra na Europa havia efetivamente chegado ao fim.
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