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Atualizado em 31 de agosto de 2015, às 6h
Em 31 de agosto de 1997, nas ruas de Paris, um acidente automobilístico até hoje não totalmente explicado resulta na morte da Princesa Diana e de seu namorado, o empresário Dodi Fayed, além do motorista da Mercedes que os conduzia. A morte da personalidade britânica, que passou a viver como plebeia após se divorciar do príncipe Charles, chocou o Reino Unido provocando séria crise de popularidade da monarquia britânica.
Na época, Diana, conhecida mundialmente como Lady Di, era a celebridade mais procurada pelos paparazzi nos anos 1990. Mesmo antes de seu divórcio, ocorrido em 1992, ela já atraía mais holofotes do que a própria família real e era o alvo preferido dos paparazzi, os infames fotógrafos de celebridades. Era muito ativa na obtenção de fundos para projetos de caridade em escala global e um dos fatores, além de sua beleza, que lhe garantia popularidade era o fato de ter nascido em uma família plebeia – seu casamento foi o primeira a ser transmitido ao vivo para todo o mundo, alcançando uma audiência estimada em 750 milhões de pessoas. Os escândalos envolvendo seu divórcio, ocorrido em 1995, a colocavam na posição de vítima, alvo de adultério – Charles, que a traía pela também plebeia Camilla Parker Bowles, com quem atualmente está casado, ficou com a pecha do “vilão da relação”.
Ao pedir divórcio, provocou um escândalo sem precedentes para a monarquia britânica, enfraquecendo ainda mais a figura de Charles, que já enfrentava a impressão de não ter a capacidade de liderança necessária para assumir o trono e não teria mais a figura carismática de Diana ao seu lado.
Circunstâncias
Na noite de 30 de agosto de 2007, Diana e Dodi deixaram a Sardenha, onde passaram nove dias de férias em um jato privado e chegaram a Paris, onde se hospedaram em uma unidade do hotel Ritz, de propriedade da família de Dodi. No dia seguinte rumariam para Londres . ia-noite, já no dia 31, o casal saiu do hotel para se dirigir ao apartamento de Dodi, que ficava nas proximidades. A imprensa, como sempre, os acompanhava sem concessões. Pouco antes, outro veículo do hotel ter tentado ludibriar dos paparazzi fingindo que o casal se encontrava lá. O casal estava no banco traseiro de um Mercedes-Benz. O carro ainda estava sendo guiado pelo motorista Henri Paul e tinha como segurança Trevor-Rees Jones no banco de passageiros.
Às 0h25, na marginal norte do rio Sena, o carro perdeu controle ao entrar no túnel da Ponte d’Alma, sendo seguido por nove paparazzi franceses guiando motocicletas. A uma velocidade entre 95 km/h e 110 km/h, o veículo desviou para a esquerda e chocou-se com o 13º pilar do túnel, rodopiando até parar.
Joanna Luz e Tom Richardson, um casal de norte-americanos que estava próximo ao local afirmou à rede CNN que estavam logo acima, caminhando pelo Sena, quando ouviram uma explosão e tiros agudos.
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Mesmo com vítimas do acidente seriamente feridas e mortas dentro do carro, os paparazzi continuavam a tirar fotos freneticamente. Alega-se que Diana chegou a sair parcialmente do carro e pedia por ajuda, sendo que nenhum fotógrafo se prontificou a ajudar. Ela ficou presa nas ferragens, e conseguiu ser retirada e colocada em uma ambulância com vida. Chegou no hospital Pitié-Salpêtrière às 2h, mas devido à extensão dos ferimentos, seu coração, que acabou deslocado para o lado direito do peito rompendo a veia pulmonar esquerda e o perícárdio, o que resultou em forte hemorragia, parou de bater às 4h. Sua morte foi anunciada à imprensa às 5h30.
Gravemente ferido e encontrado inconsciente, Jones foi o único sobrevivente dos quatro passageiros do carro. Ele afirma não se lembrar de qualquer detalhe. Dodi e Paul tiveram morte instantânea.
A Operação Paget, investigação judicial francesa de dezoito meses concluiu, em 1999, que o acidente foi causado por culpa do motorista, Henri Paul, que perdeu o controle do veículo em alta velocidade – para fugir dos paparazzi – quando se encontrava embriagado e sob efeito de fortes antidepressivos. Segundo a perícia, nenhum dos ocupantes usava cinto de segurança. Dois paparazzi, que tiraram fotos das vítimas depois do acidente, foram acusados de romper as leis de privacidade francesas.
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Pont d'Alma, local do acidnete que terminou com a vida de Diana, Dodi e Paul
A investigação também concluiu que o Mercedes teve contato com um Fiat Uno branco dentro do túnel, mas esse veículo e seu motorista nunca foram encontrados.
Desde fevereiro de 1998, o pai de Dodi, Mohamed al Fayed, dono da rede de hotéis Ritz, afirma que o acidente foi resultado de uma conspiração organizado pelo MI6 (serviço secreto britânico) com instruções da família real, contestando o resultado oficial das investigações. A família de Henri Paul também corrobora a versão de Mohamed, que é muçulmano, fato que incomodaria a família real.
Conspiração
Uma das teorias da conspiração era que o casal foi assassinado por Diana estar grávida, o que foi negado após várias perícias. Muitas reportagens afirmam também que as amostras de sangue de Paul fora trocadas. O motorista não estaria escalado para dirigir àquela noite, tendo sido chamado de última hora por Dodi. Uma nova investigação em 2006, comandada pelos britânicos, confirmou a versão do inquérito original sobre a questão do sangue. Essa investigação concluiu também que as ligações de Diana foram monitoradas pela NSA, que confirmou o fato, mas não a considerava um alvo. O conteúdo das conversas, segundo o inquérito, era irrelevante.
Mohamed afirma ter cinco pareceres de especialistas em medicina legal que contestam os dados da investigação britânica.
A morte de Diana chocou o Reino Unido e a França. Seu funeral atraiu três milhões de pessoas na Abadia de Westminster, em Londres, ofuscando a morte da Madre Teresa de Calcutá. A reação fria e indiferente da família real – exceto Charles e os filhos – e principalmente da rainha Elizabeth causaram uma revolta inédita contra a monarquia britânica. A rainha preferiu ficar o tempo todo em sua residência de campo. O fato de as bandeiras do palácio de Buckingham não terem sido hasteadas a meio pau, embora seguissem o protocolo real, foram vistas como falta de compaixão e revanchismo.
Para retomar a popularidade, a rainha fez um pronunciamento ao vivo extremamente revisado pelo secretário de comunicação do primeiro-ministro Tony Blair, Alastair Campbell.
Também nesta data:
1888 – Primeira vítima de Jack, o Estripador é encontrada
1928 – Estreia mundial da peça “A Ópera dos Três Vinténs”, de Brecht e Weill
1935 – Por iniciativa do mineiro Alexei Stakhanov nasce o “stakhanovismo”
1957 – Malásia proclama formalmente sua independência